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A mídia conseguirá lidar com o desafio das eleições do ano que vem?, questiona colunista do The Guardian

Margaret Sullivan afirma que imprensa erra ao tratar idade do presidente como um problema

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A pouco mais de um ano das eleições presidenciais norte-americanas, previstas para novembro de 2024, comunicadores estão debatendo o posicionamento da imprensa em relação à cobertura do atual presidente Joe Biden e do seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump. Margaret Sullivan, ex-ombudsman do The New York Times e ex-colunista de mídia no Washington Post e atualmente no The Guardian, publicou um texto em que pede que a mídia mude suas formas de agir e foque nos rumos da democracia no país.

O presidente Joe Biden durante pronunciamento à imprensa
O presidente Joe Biden durante pronunciamento à imprensa - Jim Watson/AFP

Segundo Sullivan, alguns veículos recentemente erraram em pautar certos acontecimentos, como deixar que a preocupação pela idade do presidente democrata virasse um escândalo – para falar sobre a viagem diplomática de Biden ao continente asiático, o jornal The New York Times publicou a manchete "’É tarde, não é?’, A Viagem Turbulenta de um Presidente de 80 anos", em tradução livre. O texto gerou discussões sobre a aptidão de Biden para seguir no comando do país.

Sendo o presidente mais velho da história dos Estados Unidos, Biden disse que compreende as críticas, mas que não vai deixar de concorrer às eleições por isso.

Sullivan também destaca que a imprensa erra ao continuar noticiando os passos de Donald Trump como entretenimento – falando de suas novas fotos e suas declarações de insulto -, sem se preocupar com o possível crescimento de sua reputação e, consequentemente, com os ricos para a democracia. "O grande problema é que a mídia mainstream quer parecer apartidária [...] Se isso significa igualar um candidato antidemocrático a um candidato pró-democracia, que assim seja", diz a colunista.

O economista Paul Krugman também teceu críticas à imprensa por não comunicar a atual "economia cachinhos de ouro" —termo utilizado para designar um padrão de economia nem muito "quente" nem muito "fria". Apesar dos pequenos índices de inflação e desemprego, pesquisas apontam que os americanos estão convencidos de que a economia do país está péssima. "Algo muito desconexo está acontecendo", disse Krugman à CNN.

"A mídia conseguirá lidar com o desafio das eleições do ano que vem?", é o que Sullivan questiona. "A grande solução? Lembrar sempre qual é a nossa missão principal: comunicar com sinceridade, tendo sempre presente que temos uma missão de serviço público de informar o eleitorado e responsabilizar pessoas poderosas. Se esse é nosso norte, como deveria ser, todo julgamento editorial refletirá isso".

Para Sullivan, as manchetes devem incluir contexto e não apenas transmitir mensagens políticas, assim como a cobertura política global não deve refletir apenas as probabilidades, mas os riscos. Lembrando do escândalo dos emails de Hillary Clinton em 2016 – quando a então candidata teve emails particulares vazados durante a disputa eleitoral -, Sullivan diz "Imagine se o New York Times, entre outros [veículos], tivesse parado e feito uma correção na sua cobertura exagerada dos e-mails de Clinton [...] Poderíamos estar vivendo em um mundo diferente".

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