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Investigação jornalística desencadeou protestos massivos na Alemanha

Em janeiro, site Correctiv revelou plano da extrema-direita para deportar milhões de alemães

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Uma investigação jornalística publicada em janeiro abalou a vida política da Alemanha e gerou protestos de massa no país.

Há pouco mais de um mês, o portal independente Correctiv publicou detalhes de uma reunião entre empresários, profissionais liberais, neonazistas e políticos do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha), ocorrida em Potsdam, no leste do país.

Protestos foram desencadeados por investigação jornalística do portal independente Correctiv - AFP

Convocado por um militante da extrema-direita alemã e por um empresário do setor da alimentação, o encontro aconteceu em 25 de novembro de 2023. A pauta: um plano de deportação de milhões de alemães –com e sem cidadania– com base em critérios racistas.

A reunião deveria ser secreta, e por isso os convites foram feitos por meio de cartas. Algumas delas, contudo, vazaram para o Correctiv, que enviou um repórter infiltrado ao hotel, sob nome falso, na noite do encontro.

O jornalista conseguiu identificar os presentes por meio de conversas e de imagens tiradas com câmeras escondidas do lado de fora do edifício.

Descobriu que, durante o evento, o conhecido líder austríaco neonazista Martin Sellner apresentou o seu "plano de mestre", que consistia na deportação de milhões de refugiados políticos, cidadãos estrangeiros com visto de residência e cidadãos alemães "não-assimilados" –na prática, qualquer descendente de imigrantes.

Essas pessoas seriam enviadas para um "Estado modelo" na África, esquema que remonta à ideia nazista de enviar judeus para Madagascar.

Segundo a reportagem, nenhum dos presentes se opôs ao plano. Houve apenas ponderações quanto a sua viabilidade.

Entre os que prestigiaram o encontro, havia políticos importantes: uma deputada federal –que defendeu a deportação em massa –, um deputado estadual do AfD –que pediu doações de campanha–, e um ex-deputado federal do mesmo partido, secretário da presidente do AfD, Alice Weidel.

O AfD cresceu na Alemanha nos últimos. Tem 13% dos assentos no parlamento e um número considerável de deputados estaduais, além de liderar pesquisas de intenção de voto nas eleições estaduais de 2024. Uma de suas principais pautas é o combate à imigração.

As revelações provocaram grandes protestos e a reação de autoridades. No último dia 4, por exemplo, cerca de 200 mil pessoas saíram às ruas para protestar contra a ideia de "remigração", como é chamado o plano de deportação em massa. Também fizeram cair, ainda que ligeiramente, a popularidade do AfD.

Clique aqui para ler a reportagem completa do Correctiv, em inglês.

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