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Protestos enfraquecem apoio a partido de extrema direita na Alemanha

AfD registra menor nível de popularidade em 6 meses depois de revelação de encontro de membros do partido com neonazistas

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Berlim | Reuters

O partido de extrema direita alemão AfD (Alternativa para a Alemanha) registrou seu menor nível de popularidade nos últimos seis meses, indicou uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (30).

A queda foi pequena, de 20% para 19%, ou um ponto percentual. Mas tem relevância não só por ser a primeira registrada pelo instituto Forsa desde julho de 2023, como devido ao principal fator citado por aqueles que se disseram descontentes com a sigla —os protestos maciços contra ela ocorridos nas últimas semanas.

Manifestantes protestam contra o partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) na cidade de Hanau, na Alemanha - Kai Pfaffenbach/Reuters

Os atos foram desencadeados pela notícia de que políticos da cúpula da legenda tinham se reunido com neonazistas do Movimento Identitário.

O encontro, revelado pela agência de jornalismo investigativo Correctiv, ocorreu em novembro em um hotel no estado de Brandemburgo. Nele, os presentes discutiram um esquema para deportar milhões de estrangeiros e alemães descendentes de imigrantes para um local no norte da África.

A AfD não negou o encontro com os neonazistas nem repudiou seu conteúdo, mas disse que a proposta não era representativa do programa da legenda. Também demitiu do cargo de secretário da presidência um membro do partido que segundo a Correctiv apoiou a ideia do Movimento Identitário no evento, o ex-parlamentar Roland Hartwig.

A legenda de fato não defende oficialmente deportações em massa. É, porém, a favor de fechar as fronteiras e de promover mudanças na legislação no que se refere ao direito ao asilo, além de defender que a religião muçulmana, professada por 6% da população alemã, não tenha espaço no país.

Os atos que se seguiram à revelação do encontro reuniram dezenas de milhares de pessoas em todo o território. Entre os manifestantes estavam, por exemplo, a ministra das Relações Exteriores do país, Annalena Baerbock, e o premiê alemão, Olaf Scholz.

Alguns ainda compararam a proposta neonazista ao plano hitlerista de deportar os judeus para a ilha de Madagascar, na costa africana.

Os protestos também motivaram um debate público sobre a viabilidade de banir da política siglas como a AfD, possibilidade esta prevista pela Constituição em casos de partidos que ameacem a democracia.

Apesar da queda registrada pelo levantamento do instituto Forsa, a AfD continua em segundo lugar em termos de popularidade no país, atrás da principal força da oposição, também conservadora, que tem 32% de apoio entre a população, e à frente da coalizão governista, de centro-esquerda, que tem 15%.

Também aparece à frente nas sondagens em três estados que vão realizar eleições para os Legislativos locais este ano, em setembro: Saxônia, Turíngia e Brandemburgo.

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