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O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro

Sensação sem supercraques, Napoli quebra recorde da era Maradona

Com futebol vistoso e goleadas, equipe italiana surpreende ao acumular 12 vitórias consecutivas

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Time sensação na Europa nesta temporada, o Napoli , sem contar com um elenco estrelado, conseguiu um feito relevante ao golear por 4 a 0 o Glasgow Rangers, da Escócia, pela Champions League nesta quarta-feira (26).

Com o resultado, a equipe do sul da Itália atingiu 12 vitórias consecutivas em jogos por competição, superando o recorde anterior, de 11, estabelecido em 1986, na era Diego Maradona, considerada a melhor da história do clube.

Com o camisa 10 argentino como protagonista, o Napoli engatou essa sequência entre os meses de abril e setembro, por três competições diferentes: Campeonato Italiano (cinco vitórias), Copa da Itália (cinco vitórias) e Copa da Uefa (uma vitória).

A série do time que veste azul-claro, dirigido pelo treinador Ottavio Bianchi, interrompeu-se com um empate por 1 a 1 com a Udinese.

Esse Napoli, o de Maradona, encantava com um futebol ofensivo, baseado na velocidade e na ousadia. Ganhou o "scudetto" em 1987 e, reforçado pelos brasileiros Careca (atacante, ex-São Paulo) e Alemão (volante, ex-Botafogo), repetiu a conquista do Italiano em 1990.

Venceu ainda a Copa da Uefa, em 1989 –o único título internacional do clube fundado em 1926–, e a Copa da Itália, em 1987.

Bandeira gigante com os dizeres "O Rei" e a imagem do rosto de Diego Maradona é estendida por torcedores no estádio do Napoli, na Itália
'O Rei', homenagem de torcedores do Napoli a Diego Maradona, ídolo do clube italiano, em bandeira gigante estendida no então estádio San Paolo, depois batizado com o nome do argentino, que morreu em 2020 - Mario Laporta - 14.abr.2007/AFP

O atual Napoli, que só ganha desde que superou a Lazio por 2 a 1 no dia 3 de setembro (sete vitórias no Italiano e cinco na Champions), destaca-se mais pelo conjunto do que pela individualidade.

Na equipe do treinador Luciano Spalletti, que nessa jornada de triunfos mostrou um futebol vistoso, envolvente e artilheiro, marcando 36 gols (média de três por partida), não há um gênio, um Maradona, ninguém nem perto disso. Nem um titular incontestável.

O que, para o treinador, não é um problema, conforme expôs na entrevista depois da fácil vitória sobre os escoceses do Rangers, enfatizando o espírito de grupo de seus comandados.

"O extraordinário [dessa equipe] é que, quando você não usa um jogador por duas partidas, ele fica meio irritado e perde um pouco do foco, mas esse grupo não tem isso. Eles treinam como jogadores de primeira linha e mostram que querem lutar por um lugar [no time]."

Os olhares de mídia e público estão sobre vários atletas, e as responsabilidades se dividem entre eles, de distintas nacionalidades e idades variadas.

Alguns encontram-se em fase iluminada, desfilando futebol de qualidade no estádio Diego Armando Maradona, como foi rebatizado o San Paolo, ou longe dele.

Jogadores do Napoli, com camisas azul-claro e calções brancos, se abraçam para comemorar gol contra o Rangers na Champions League
Jogadores do Napoli festejam gol contra o Rangers na Liga dos Campeões da Europa; os rostos deles são o que menos importa no atual time, que preza pelo coletivo e detém sequência de 12 jogos com vitória - Andreas Solaro - 26.out.2022/AFP

Entre eles estão:

  • os italianos Meret (goleiro), Di Lorenzo (lateral direito), Politano e Raspadori (atacantes);
  • o português Mário Rui (lateral esquerdo);
  • o uruguaio Mathías Olivera (lateral esquerdo);
  • o kosovar Rrahmani (zagueiro);
  • o sul-coreano Kim Min-jae (zagueiro);
  • o norueguês Ostigard (zagueiro);
  • o eslovaco Lobotka (volante);
  • o camaronês Zambo Anguissa (volante);
  • o francês Ndombelé (volante);
  • o polonês Zielinski (meia);
  • o macedônio Elmas (meia);
  • o georgiano Kvaratskhelia (meia-atacante);
  • o nigeriano Osimhen (atacante);
  • o mexicano Lozano (atacante);
  • o argentino Giovanni Simeone (atacante, filho do treinador do Atlético de Madrid).

Há um representante brasileiro nesse Napoli, o zagueiro Juan Jesus, 31, ex-Internacional e Internazionale.

Em sua grande maioria, são nomes pouco ou nada conhecidos no mundo da bola, mas que parecem muito dispostos a mudar esse cenário.

A ótima e prolongada fase, que inclui goleadas na Champions sobre Ajax (6 a 1) e Liverpool (4 a 1), passa a credenciar o Napoli ao título nacional (lidera após 11 rodadas com 29 pontos).

E, por que não, ao título europeu. A classificação para as oitavas de final está assegurada, e o Liverpool, rival no encerramento da fase de grupos, no dia 1º de novembro, que se cuide, ou corre risco de levar outra "surra".

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