O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro
Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Quatro dúvidas às vésperas da convocação da seleção para a Copa do Mundo

Daniel Alves vai? E Philippe Coutinho? Quem será o 4º zagueiro? E quem fica com a última vaga no ataque?

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Com semblante pensativo, camisa azul escura e com o rosto apoiado na mão esquerda, o treinador da seleção brasileira, Tite, concede entrevista na sede da CBF, no Rio de Janeiro
O treinador da seleção brasileira, Tite, em entrevista na sede da CBF, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 7.out.2022/Folhapress

Um dos momentos mais esperados antes da Copa do Mundo será vivenciado às 13 horas desta segunda-feira (7), quando, no Rio de Janeiro, Adenor Leonardo Bachi, o Tite, convocará os 26 jogadores que defenderão a seleção brasileira no Qatar.

Não sei com quantas pessoas o treinador dividiu a lista –seus auxiliares diretos são Cléber Xavier, o ex-volante César Sampaio, e seu filho, Matheus Bachi–, mas ela permanecia em segredo até o momento em que este texto era escrito.

Se é que os 26 –eram 23 até a Copa da Rússia-2018, mas a Fifa ampliou o número para esta edição– estão mesmo definidos a pouco mais de dois dias do anúncio deles.

Pois Tite e sua comissão podem ainda estar tentando cravar três ou quatro jogadores que mereçam ter o nome proferido pelo técnico diante de dezenas de jornalistas na sede da Confederação Brasileira de Futebol.

As minhas dúvidas são poucas, quatro, e as elenco a seguir.

Daniel Alves, 39, será chamado para a lateral direita?

Capitão da seleção na conquista da Copa América de 2019, no Brasil, o veterano passou os últimos meses no futebol mexicano (Pumas), onde não jogou bem.

Meu palpite: sim, pelo histórico com Tite e por Tite quase não ter testado muitas opções no setor, chegando a improvisar o zagueiro Militão ali em um amistoso.

Daniel Alves em treino do Pumas, do México; à frente dele estão duas bolas
Daniel Alves em treino do Pumas, do México, em Guadalajara - Ulises Ruiz - 3.set.2022/AFP

Quem será o quarto zagueiro?

Não confundir com a posição, quarto-zagueiro.

Três nomes para o miolo de zaga estão certos: Marquinhos, Thiago Silva e Éder Militão. A vaga restante tem sido uma incógnita, estando no páreo Gabriel Magalhães, Felipe, Bremer e Ibañez, que estiveram nas convocações mais recentes.

Meu palpite: Gabriel Magalhães, por ser canhoto (tendo a possibilidade de, em caso de urgência, atuar na lateral esquerda) e por estar em excelente momento no Arsenal, líder do Campeonato Inglês.

Gabriel Magalhães grita e gesticula com o braço esquerdo em jogo do Arsenal contra o Bodo/Glimt, da Noruega, pela Liga Europa
Gabriel Magalhães em jogo do Arsenal contra o Bodo/Glimt, da Noruega, pela Liga Europa, em Londres - Daniel Leal - 6.out.2022/AFP

Philippe Coutinho estará na lista?

Um dos maiores xodós da era Tite (desde a metade de 2016), o meia tem tido mais baixos do que altos na carreira já faz um tempo.

O futebol que o tornou titular indiscutível na Copa de 2018 foi desaparecendo aos poucos, coincidentemente a partir da época em que deixou o Liverpool. No Barcelona e no Bayern de Munique teve lampejos, e o mesmo tem ocorrido no Aston Villa, onde por ora é reserva.

Meu palpite: sim, pelo mesmo motivo que Daniel Alves ("serviços prestados à seleção" com Tite).

Phlippe Coutinho faz careta em partida do Aston Villa contra o Bournemouth no Campeonato Inglês
Phlippe Coutinho em partida do Aston Villa contra o Bournemouth no Campeonato Inglês - David Klein - 6.ago.2022/Reuters

No ataque, quem fica com a última vaga: Rodrygo, Gabriel Martinelli, Pedro, Gabriel Barbosa (Gabigol) ou Matheus Cunha?

Eu calculo que Tite reservou oito vagas para atacantes na convocação. Aposto que sete atletas não deixam de ser chamados: Neymar, Richarlison, Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Raphinha, Antony e Vini Jr.

Restaria uma vaga para cinco: Rodrygo, do Real Madrid, Gabriel Martinelli, do Arsenal, os flamenguistas Pedro e Gabibol, e Matheus Cunha, do Atlético de Madrid.

Meu palpite: Pedro. Por ter deixado impressão muito boa no amistoso de setembro contra a Tunísia (entrou e fez gol), por estar jogando demais neste ano e por ser o único centroavante de ofício de todos os mencionados. Doerá deixar Rodrygo fora, pois marcou gols decisivos na campanha vitoriosa na Champions League e joga bem nas três posições ofensivas (direita, centro e esquerda) –Martinelli atua fixo pela esquerda, Cunha é reserva em seu clube (o que não o favorece), e Gabigol, herói na conquista da Libertadores, não foi chamado nas três últimas convocações.

Apertando a camisa na altura do peito com a mão esquerda, Pedro, do Flamengo, comemora gol no Maracanã diante do Bragantino, no Campeonato Brasileiro
Pedro, do Flamengo, comemora gol no Maracanã diante do Bragantino, no Campeonato Brasileiro - Sergio Moraes 1º.out.2022/Reuters

Assim, há uma chance grande, no meu entendimento, de a lista ser bem parecida com esta:

  • Goleiros: Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Weverton (Palmeiras).
  • Laterais: Danilo (Juventus), Daniel Alves (Pumas), Alex Sandro (Juventus) e Alex Telles (Sevilla).
  • Zagueiros: Marquinhos (PSG), Thiago Silva (Chelsea), Éder Militão (Real Madrid) e Gabriel Magalhães (Arsenal).
  • Volantes: Casemiro (Manchester United), Fred (Manchester United), Fabinho (Liverpool) e Bruno Guimarães (Newcastle).
  • Meias: Éverton Ribeiro (Flamengo), Lucas Paquetá (West Ham) e Philippe Coutinho (Aston Villa).
  • Atacantes: Neymar (PSG), Richarlison (Tottenham), Raphinha (Barcelona), Gabriel Jesus (Arsenal), Vinicius Jr. (Real Madrid), Antony (Manchester United), Roberto Firmino (Liverpool) e Pedro (Flamengo).

Ressalte-se que esses jogadores são os que fazem sentido na minha cabeça. Não sou vidente e não penso como Tite, nem é essa a intenção.

Você, leitor, pode concordar com vários nomes e discordar de alguns. Todos que gostamos de futebol temos um pouco de técnico e nossas preferências e convicções.

Tite, profissão técnico, profundo conhecedor do futebol, que conviveu com os atletas por períodos mais ou menos longos, possui suas crenças e certamente, como todos nós, dúvidas.

Ele levará ao Qatar os que considera melhores, por razões óbvias e outras nem tanto, e aqueles em que mais confia.

Quem torce pelo Brasil, quem espera que o hexacampeonato enfim chegue –já se vão 20 anos da conquista do penta–, espera que ele faça as escolhas apropriadas.

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