A função primordial de um zagueiro é defender bem, evitar que os atacantes rivais tenham sucesso, ou seja, impedir que eles façam gols.

Dentre os 11 que estão em campo, afora o goleiro, os beques são os atletas que atuam mais longe da área adversária. Mais que os laterais, que vão ao ataque para fazer cruzamentos, mais que os volantes, que avançam para arriscar chutes de fora da área.

A exceção são as jogadas de bola parada. Quando há uma falta no ataque ou um escanteio, e a intenção é lançar a redonda na área da outra equipe, os zagueiros "sobem" para tentar fazer o gol –na maioria das vezes, de cabeça, já que eles costumam ser os mais altos entre os que atuam na linha.

Ao longo dos últimos meses, os zagueiros mais artilheiros na elite do futebol mundial, na atuação por clubes (não pela seleção nacional), são os do Palmeiras, reconhecidamente uma das duas melhores equipes do Brasil –a outra é o Flamengo.

Gustavo Gómez, 1,85 m, e Murilo, 1,88 m, parceiros de zaga no time comandado pelo português Abel Ferreira, são uma ameaça constante às metas adversárias, e tornou-se comum vê-los festejar ao mandar a bola para as redes.

No sábado (4), por exemplo, no clássico contra o Santos no Morumbi pelo Campeonato Paulista, Murilo abriu o placar ao aproveitar na grande área um rebote depois de um escanteio.

O jogador de 25 anos, que antes do alviverde paulistano defendeu o Cruzeiro e o Lokomotiv Moscou, marcou, desde o início de 2022, 12 gols em 62 partidas válidas por competição (Paulista, Brasileiro, Copa do Brasil, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana).

Gustavo Gómez, 29, capitão do Palmeiras e chamado pela torcida que o idolatra de Xerife do Verdão, fica bem pouco atrás do colega. No mesmo período, o paraguaio fez 11 gols em 63 atuações.

Desde o começo do ano passado, conforme levantamento deste blog, não tem zagueiro que atue pelos considerados melhores clubes do mundo que tenha sido goleador como Gustavo Gómez ou Murilo.

Por exemplo, no Brasil, David Luiz e Léo Pereira, titulares do Flamengo, juntos somam meros dois gols nesse hiato de 13 meses, ambos anotados pelo segundo.

Quem mais se aproxima dos palmeirenses, e mesmo assim ficando um tanto longe, é Manoel, zagueiro do Fluminense, com sete gols em 2022 e que ainda não marcou em 2023.

Na Europa, a situação não é diferente. Beques das equipes mais famosas e badaladas registram um gol aqui, outro ali, porém sem fazer sombra à performance dos palmeirenses.

E inexiste, tanto no Brasil como no exterior, uma dupla tão artilheira como a formada por Murilo e Gustavo Gómez. A única que tem algum protagonismo, com oito gols somados, é Geertruida/Hancko, do Feyenoord, líder do Campeonato Holandês.

A seguir, os gols marcados por zagueiros de grandes clubes desde o início de 2022, em partidas de competição (amistosos são desconsiderados). Em destaque, os atletas que atuam no Brasil.

• Murilo (Palmeiras) - 12 gols (62 jogos)
• Gustavo Gómez (Palmeiras) - 11 gols (63 jogos)
• Manoel (Fluminense) - 7 gols (55 jogos)
• Éder Militão (Real Madrid) - 6 gols (53 jogos)
• Marcano (Porto) - 5 gols (23 jogos)
• Hermoso (Atlético de Madrid) - 5 gols (27 jogos)
• Victor Cuesta (Botafogo) - 5 gols (31 jogos)
• Geertruida (Feyenoord) - 5 gols (42 jogos)
• Orbán (Leipzig) - 5 gols (54 jogos)
• Arboleda (São Paulo) - 4 gols (27 jogos)
• Bonucci (Juventus) - 4 gols (28 jogos)
• Obispo (PSV Eindhoven) 4 gols (37 jogos)
• Marquinhos (PSG) - 4 gols (49 jogos)
• Van Dijk (Liverpool) - 4 gols (55 jogos)
• Hancko (Feyenoord) - 3 gols (24 jogos)
• Balbuena (Corinthians) - 3 gols (25 jogos)
• António Silva (Benfica) - 3 gols (26 jogos)
• Schlorterbeck (Borussia Dortmund) - 3 gols (27 jogos)
• Rahmani (Napoli) - 3 gols (37 jogos)
• Eduardo Brock (Cruzeiro) - 3 gols (51 jogos)
• Ibañez (Roma) - 3 gols (51 jogos)
• Eduardo Bauermann (Santos) - 3 gols (64 jogos)