O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro

Em sua 1ª Copa, Zâmbia lida com assédio de técnico e gênero da capitã

Bruce Mwape é investigado por conduta com jogadoras, e Barbra Banda ficou fora da Copa Africana por apresentar alto nível de testosterona

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Uma das oito seleções estreantes na Copa do Mundo feminina, a Zâmbia está sob os holofotes antes do começo da competição devido a questões relacionadas a seu treinador e à capitã do time.

A equipe africana ganhou espaço no noticiário esportivo, quase que simultaneamente, porque Bruce Mwape está sendo acusado de coagir suas comandadas a ter relações sexuais com ele e porque pairam dúvidas sobre o gênero de Barbra Banda.

De acordo com reportagem do inglês The Guardian, Mwape, 63, está sob investigação da Fifa depois que uma atleta da seleção, que se pronunciou na condição de anonimato, declarou que "se ele quer dormir com alguém, esse alguém tem que dizer sim".

Bruce Mwape, treinador da Zâmbia, posa para foto em Auckland, na Nova Zelândia, antes do sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de 2023
Bruce Mwape, treinador da Zâmbia, em Auckland (Nova Zelândia), antes do sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de 2023 - William West - 22.out.2022/AFP

O jornal, citando uma fonte, diz que as jogadoras se sentem intimidadas em denunciar o técnico por temerem represálias –como o corte da equipe– e que a Associação de Futebol da Zâmbia (AFZ) tem feito vistas grossas para o caso para tentar preservar a imagem da seleção.

O time nacional feminino da Zâmbia obteve um feito ao conseguir vaga para o Mundial –a equipe masculina nunca esteve na Copa do Mundo.

Segundo o presidente da AFZ, Andrew Kamanga, a situação foi levada à polícia do país e à Fifa para assegurar que não haja acusações de a associação "tomar partido".

A Fifa, que controla o futebol mundial, alegou política interna para não passar informações acerca do episódio, disse o Guardian, e Mwape não se pronunciou.

Banda, 23 e 1,80 m, líder em campo da seleção zambiana e com sobras a melhor jogadora do time, está na berlinda por não ter passado em um teste de elegibilidade de gênero que a afastou da Copa Africana de Nações de 2022.

O tabloide germânico Bild destacou o assunto depois que a atacante fez dois gols na vitória por 3 a 2 contra a Alemanha, atual vice-campeã europeia, em amistoso na cidade alemã de Fürth na semana passada.

Antes da Copa Africana, a AFZ alegou "razões médicas" para a ausência de Banda, porém soube-se que um exame da Confederação Africana de Futebol apontou que a atleta tinha elevados níveis de testosterona, o principal hormônio sexual masculino.

Para a Copa do Mundo, a atacante está liberada para jogar pois a Fifa não realiza esse tipo de exame, que fica a cargo de cada federação nacional.

Ou seja, se a AFZ permitir, e nenhuma seleção protestar e exigir alguma providência, Banda, que atua desde 2020 no Shangai Shengli, da China, atuará normalmente.

Barbra Banda, atacante e capitã da seleção feminina da Zâmbia, usando camisa laranja e calção verde em um jogo
Barbra Banda, atacante e capitã da seleção feminina da Zâmbia - barbrabandaofficial no Instagram

O jornal espanhol Marca publicou na segunda-feira (10) que o Real Madrid quase contratou a estrela zambiana na metade do ano passado. Não deu certo porque ela não passou em exame feito pelo clube. A razão do veto? Alto nível de testosterona no sangue.

A Zâmbia está no Grupo C da Copa do Mundo abrigada por Austrália e Nova Zelândia, tendo como adversários a Espanha, o Japão e a Costa Rica. A estreia será no dia 22, diante das japonesas, na cidade neozelandesa de Hamilton.

Alheio às polêmicas da seleção africana, o Brasil, que treina na Austrália desde a semana passada, fará sua primeira partida na Copa no dia 24, contra o Panamá. Os outros rivais no Grupo F são a França e a Jamaica.

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