Identificada pela primeira vez em Portugal há pouco mais de um mês, a variante ômicron do novo coronavírus já é responsável por 82,9% das novas infecções no país.

As informações fazem parte do mais recente relatório de monitoramento da pandemia, divulgado nesta sexta-feira (31) pela DGS (Direção-Geral da Saúde).

"Desde 6 de dezembro, tem-se verificado um crescimento exponencial na proporção de casos prováveis da variante ômicron, tendo atingido uma proporção estimada de 82,9% no dia 29 de dezembro", diz o relatório.

Assim como em vários países europeus, a disseminação da ômicron em Portugal provocou o crescimento generalizado de casos de Covid-19.

Na última quarta-feira (29), o país, que tem cerca de 10 milhões de habitantes, registrou 26.867 novos casos em 24 horas: um recorde absoluto desde o começo da pandemia.

A alta taxa de cobertura vacinal da população lusitana –89% estão completamente vacinados– garantiu que o número de internações e de mortes não acompanhasse o ritmo de crescimento das novas infecções.

Nesta sexta-feira (31), o país teve 20.288 novos casos e 18 mortes por Covid-19. Há 145 pessoas internadas nas unidades de terapia intensiva.

Há exatamente um ano, em 31 de dezembro de 2020, Portugal registrava menos da metade dos casos de agora (7.627), mas com quatro vezes mais mortes (76). O número de pacientes em UTIs também era mais do que três vezes o atual: 482.

O aumento dos contágios levou ao cancelamento dos festejos de Réveillon na maior parte do país, mas sem grandes medidas restritivas adicionais.

O governo, no entanto, implementou algumas medidas para tentar diminuir o ritmo de novos contágios.

Uma das mais significativas é a imposição de teletrabalho (home office) obrigatório para todos os trabalhadores que possam trabalhar à distância. A medida vale entre 25 de dezembro e 9 de janeiro.

No mesmo período, bares e discotecas também estão impedidos de funcionar.

As autoridades também decidiram adiar o recomeço das aulas após o recesso de fim de ano.