então, eu era mar:
mar daquele que é mergulhante
você pode até entrar
mas não sabe como será
quando for mais profundo
mesmo estando na arrebentação
ainda sim,
é perfeito para quem tem coragem de (a) mar
afinal, é mais violento
e tem o vento vindo da terra;
mar daquele que é deslizante
você pode até entrar
mas precisa saber que
ainda está longe da calmaria
precisa saber que
o turbilhão é no começo
e,
mais adentro você perde-se
um pouco do orgulho
assim,
sendo mais suave
a raiva e orgulho,
as dores e lágrimas,
a euforia vai dando lugar
aos olhares intensos
como a espessura das espumas
que formam e vêm até a orla
além disso,
tem o vento vindo do profundo,
de dentro,
do âmago,
do coração;
mar daquele que é ascendente
você consegue ver
quando ocorre uma inclinação
provavelmente,
quando a inclinação é por alguém,
desse modo,
a euforia começa ficar calmaria
parece que o sentimento esfriou
mas, na verdade,
dependendo do que tiver no fundo
seja o maior possível
o maior sentimento possível
e,
evitando que se quebre
tão abruptamente
como em outros momentos
logo,
a lentidão
que faz um pouco mais de calmaria
dá espaço para o amor
depois da avassaladora euforia da paixão
mesmo que isso ocorra,
ainda é possível ver o confronto
entre o que está indo e o que está chegando
é possível sentir as variações
e,
talvez se sinta quase sempre
dependendo do dia
do vento
da profundidade
do amor que se constrói
e quer ser conquistado.
st. é apaixonada pela arte em geral, principalmente da fotografia e escrita; por meio de ambas conseguiu evitar novas tentativas de suicídio e se expressar, além de enxergar a beleza na vida, na rotina tantas vezes que passa despercebida, e querer continuar e não desistir de viver. st. gosta de escrever poemas e crônicas sobre momentos que vivencia e por vezes são esquecidos pelas pessoas; com um olhar detalhista consegue transmitir através das palavras emoções aos seus leitores.
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