Praça do Leitor

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Interação

Então, eu era mar

Leitora da Ilha de Mosqueiro (PA) reflete sobre mar e estados de espírito em poema

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Ondas em praia de rio

Paisagem na ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará st./Leitora

st.

então, eu era mar:

mar daquele que é mergulhante

você pode até entrar

mas não sabe como será

quando for mais profundo

mesmo estando na arrebentação

ainda sim,

é perfeito para quem tem coragem de (a) mar

afinal, é mais violento

e tem o vento vindo da terra;

mar daquele que é deslizante

você pode até entrar

mas precisa saber que

ainda está longe da calmaria

precisa saber que

o turbilhão é no começo

e,

mais adentro você perde-se

um pouco do orgulho

assim,

sendo mais suave

a raiva e orgulho,

as dores e lágrimas,

a euforia vai dando lugar

aos olhares intensos

como a espessura das espumas

que formam e vêm até a orla

além disso,

tem o vento vindo do profundo,

de dentro,

do âmago,

do coração;

mar daquele que é ascendente

você consegue ver

quando ocorre uma inclinação

provavelmente,

quando a inclinação é por alguém,

desse modo,

a euforia começa ficar calmaria

parece que o sentimento esfriou

mas, na verdade,

dependendo do que tiver no fundo

seja o maior possível

o maior sentimento possível

e,

evitando que se quebre

tão abruptamente

como em outros momentos

logo,

a lentidão

que faz um pouco mais de calmaria

dá espaço para o amor

depois da avassaladora euforia da paixão

mesmo que isso ocorra,

ainda é possível ver o confronto

entre o que está indo e o que está chegando

é possível sentir as variações

e,

talvez se sinta quase sempre

dependendo do dia

do vento

da profundidade

do amor que se constrói

e quer ser conquistado.

st. é apaixonada pela arte em geral, principalmente da fotografia e escrita; por meio de ambas conseguiu evitar novas tentativas de suicídio e se expressar, além de enxergar a beleza na vida, na rotina tantas vezes que passa despercebida, e querer continuar e não desistir de viver. st. gosta de escrever poemas e crônicas sobre momentos que vivencia e por vezes são esquecidos pelas pessoas; com um olhar detalhista consegue transmitir através das palavras emoções aos seus leitores.

O blog Praça do Leitor é espaço colaborativo em que leitores do jornal podem publicar suas próprias produções. Para submeter materiais, envie uma mensagem para leitor@grupofolha.com.br

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