Sobre Trilhos

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Brasil ganha apenas 4 km de trilhos em trens e metrôs em um ano

Associação indica que 2024 pode registrar alta superior à soma de 5 anos e que metrô de BH e trem para Campinas serão impulso

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Ribeirão Preto

A expectativa para a expansão das linhas de trens e metrôs no país para 2023 já não era das maiores, mas um levantamento publicado pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) mostrou que o crescimento foi inferior ao esperado.

De acordo com o estudo, divulgado nesta terça-feira (2), a expansão da malha metroferroviária foi de apenas 4,1 quilômetros no ano passado, registrada nos sistemas de Salvador e Natal. Isso fez com que o total de trilhos existentes para o transporte de passageiros nos grandes centros urbanos chegasse a 1.133,4 quilômetros no país.

Imagem mostra passageiros se aglomerando na estação da Luz em dia de paralisação dos metroviários
Passageiros se aglomeram na estação da Luz em dia de paralisação dos metroviários - Bruno Santos-23.mar.2023/Folhapress

A previsão da associação para 2023 era de que o sistema crescesse 15,6 quilômetros, com obras também em Fortaleza e São Paulo —da linha 9-Esmeralda, cuja entrega está prevista para 2024.

Desde 2019, a expansão foi de apenas 16,9 quilômetros no Brasil, num ciclo impactado fortemente pela pandemia de Covid-19, que deixa reflexos até hoje nos metrôs e trens.

A média de passageiros transportados por dia foi de 8,19 milhões no ano passado, o que representa um crescimento de 6% no total em metrôs, trens urbanos, VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) e people movers. Mesmo com a alta, porém, o total de passageiros transportados ainda não atingiu 80% da média diária pré-pandemia, segundo o presidente do conselho da ANPTrilhos, Joubert Flores.

"Isso se explica pela incorporação das mudanças de comportamento, como o e-commerce, como o trabalho híbrido, a semana de quatro dias. Mas a gente está em um ascendente positivo. Nós tivemos nesse período, em 2023-2024, uma concessão, que foi a do metrô de Belo Horizonte. Tivemos depois o TIC, o trem para Campinas. E existem outros projetos nesse sentido que podem atrair o capital privado para ajudar a extensão da rede", afirmou.

Atualmente, o sistema metroferroviário do país é formado por 48 linhas e 631 estações, distribuídas em 12 das 27 Unidades da Federação. Há 16 operadores, sendo 56% concessionários e 44% públicos.

A maior parte do sistema nacional é composta por trens urbanos (536 km), seguidos de metrôs (307,5 km), VLTs (274,6 km), monotrilho (14,5 km) e people mover (0,8 km).

O presidente do conselho afirmou acreditar que, até o final deste ano, ao menos mais 20 quilômetros, com 17 estações, sejam incorporados à rede, o que representaria mais que o acumulado entre 2019 e o ano passado.

"Nós hoje temos 66 quilômetros em construção. E o mais importante a dizer é que a gente, com a pequena rede que nós temos hoje no Brasil, essa rede é suficiente para evitar que a gente gaste por ano R$ 32 bilhões, na aquisição de combustível fóssil, na emissão de poluentes, no tratamento dos acidentados com o trânsito e na economia de horas perdidas em trânsito."

Os 66 quilômetros em construção, com 59 estações, estão previstos para um horizonte de cinco anos, conforme a ANPTrilhos.

O estudo mostrou ainda que 65% dos passageiros usam o transporte público sobre trilhos para se deslocar para o trabalho.

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