Sons da Perifa

Sons da Perifa - Jairo Malta
Jairo Malta
Descrição de chapéu LGBTQIA+

Triz, rapper não binário, fala de sexualidade em disco com participação de Criolo

Criado na Pedreira, no extremo sul de São Paulo, artista começou cantando aos cinco anos na igreja

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São Paulo

Cinco anos após lançar "Elevação Mental", música que viralizou nas redes sociais e bateu 18 milhões de visualizações no YouTube, Triz, um dos primeiros representantes no rap a assumir ser não binário —pessoas cuja identidade de gênero, que é a forma como alguém se apresenta ao mundo, não cabe nem como homem nem como mulher—, lança seu primeiro e homônimo álbum: "Triz", com participação do rapper Criolo e abordando o descobrimento de sua sexualidade.

Entre as 10 faixas escolhidas para o álbum, o artista —que prefere ser chamado pelo pronome masculino— aborda o cotidiano de um jovem que está conhecendo seu corpo e está em busca da aceitação de sua identidade no convívio familiar, nas ruas e nos bailes aos arredores do bairro da Pedreira, região do extremo sul da cidade, onde mora. "Falar sobre essa pauta foi algo muito necessário para o meu eu adolescente que estava em plena descoberta de si", comenta Triz.

Triz é rapper criado em Parelheiro, bairro e extremo sul de São Paulo
Triz é rapper criado em Parelheiro, bairro e extremo sul de São Paulo - Flora Negri/ Divulgação

O rapper ainda comenta que foi durante sua transição que surgiu a vontade de expressar o que estava passando nos versos das canções. "Eu me vi compelido a desabafar sobre aquele momento falando sobre aqueles temas que fervilhavam em mim com muito frescor. Então, comecei a escrever músicas, e desse "desabafo" saíram algumas letras como "Tamo Vivão" e "Elevação Mental", que contém narrativas relacionadas a esses temas de identidade de gênero, sexualidade e representatividade".

"Foi libertador naquele momento poder colocar esses assuntos de uma maneira forte e podendo atingir muita gente. Foi algo realmente especial para mim", afirma Triz sobre a canção "Elevação Mental", de 2017.

O repertório passa pelas vertentes do rap, trap, funk e dancehall. O gosto musical eclético é algo que o rapper trás desde a infância. "Minha história com a música começa cedo. Comecei como muitos, cantando na igreja aos cinco anos. Depois tive aulas de violão e canto através de uma bolsa de estudo que eu havia ganhado numa escola de música ligada à igreja também".

Outra curiosidade sobre a trajetória do artista é que as 10 faixas lançadas fazem parte de outras cem músicas que Triz guarda para lançar em breve: "Acho que esse é o meu jeito de dizer que voltei e voltei para valer. Espero que as pessoas curtam e acompanhem meu trabalho".

"Triz" é uma obra potente e atual para os tempos atuais. "Esse álbum é um grande marco na minha carreira. Sinto que agora vou começar a escrever ainda mais minha história na cena e me consolidar enquanto artista. Esse é meu sonho e é para isso que venho me preparando há anos".

Erramos: o texto foi alterado

Triz foi criado na Pedreira, e não em Parelheiros como estava na versão anterior do texto

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