Sons da Perifa

Sons da Perifa - Jairo Malta
Jairo Malta

Quem foi MC Daleste, morto durante show há 10 anos e que inspirou Dia do Funk

Cantor teve auge no funk ostentação em 2013 e foi homenageado pela Gloria Groove em música que virou hit

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São Paulo

Daniel Pellegrine, conhecido como MC Daleste, deixou um legado significativo no mundo do funk. Seu talento e influência continuam sendo celebrados até os dias de hoje. Neste dia 7 de julho, além de relembrarmos a trágica perda desse grande artista, baleado durante um show realizado pela prefeitura de Campinas, interior de Sâo Paulo, em julho de 2013, aos 20 anos de idade, em sua homenagem, também celebramos o Dia Estadual do Funk.

Daniel Pellegrine, o MC Daleste, foi morto após levar um tiro durante um show realizado em Campinas, SP - Reprodução/Facebook

A importância de cantor no cenário do funk é incontestável. Criado na favela Jau, localizada na região leste de São Paulo, ele conquistou uma base sólida de fãs com o estilo de funk que estava em ascensão na década de 2010: o ostentação.

Sua carreira teve início no final dos anos 2000. Em uma entrevista ao programa Funk TV Visita, ele compartilhou a história de seu primeiro show, que aconteceu após receber um convite do MC Keke, funkeiro conhecido pelo gênero proibidão —músicas que retratam a realidade das comunidades onde ocorrem o tráfico de drogas.

No final de 2011, Daleste lançou suas primeiras músicas, incluindo "Mãe de Traficante" e "Nunca Vendeu Maconha". Essas canções foram responsáveis por evidenciar o talento do cantor como compositor no cenário do funk em São Paulo.

Durante os anos de 2012 e 2013, o funkeiro alcançou o auge de sua carreira com o lançamento de sucessos como "Mina de Vermelho" e "Ostentação Fora do Normal", em parceria com MC Léo da Baixada, além de "Mais Amor, Menos Recalque". Essas músicas se tornaram verdadeiros hinos do funk, impulsionando o artista a percorrer o Brasil com apresentações únicas e memoráveis.

Vale ressaltar que em 2022, a cantora Gloria Groove, que também nasceu na região leste de São Paulo, prestou uma homenagem ao cantor com o lançamento da música "Vermelho", presente em seu álbum mais recente, intitulado "Lady Leste". A faixa conta com uma parceria póstuma que utiliza versos da música "Mina de Vermelhor".

Daleste foi um dos pilares fundamentais para a consolidação do funk paulista. Sua música e estilo abriram caminho para uma nova geração de artistas, que encontraram inspiração em sua jornada de vida e em suas letras autênticas. Seu legado é uma prova do impacto significativo que ele teve na cultura musical do país.

Em 2016, a lei 16.310, proposto pela deputada estadual Leci Brandão tornou, o Funk parte do calendário oficial do Estado de São Paulo. Ela foi sancionada com o objetivo de reconhecer o gênero como uma manifestação cultural reconhecida pelo poder público. No dia em que a lei foi proposta, a deputada comentou que o oficio era "para que os artistas desse gênero musical sejam reconhecidos e protegidos contra qualquer tipo de discriminação e de desrespeito aos seus direitos profissionais".

Atualmente, a presença de MC Daleste é sentida em todo o universo do funk. Suas canções icônicas, como "Ipanema", "Angra dos Reis", "Quem É" e "Deusa da Ostentação", continuam a ser ouvidas e apreciadas por fãs de todas as idades. Sua contribuição para a construção do funk ostentação e sua habilidade em retratar a realidade das comunidades foram fundamentais para a evolução do gênero.

MC Daleste se tornou um dos grandes ícones do funk, e sua falta ainda é sentida e sua memória é reverenciada. Seu talento, paixão e autenticidade continuam a influenciar e inspirar artistas e fãs do funk até os dias de hoje.

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