Vidas Atípicas

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Vidas Atípicas - Johanna Nublat
Johanna Nublat

Como a comunicação alternativa pode apoiar as vítimas das chuvas

Prancha com símbolos e letras é dirigida a quem não pode se expressar pela fala

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Resgatar, procurar, dor, casa, parentes, cansaço, ajuda, rezar.

Essas são algumas das palavras ilustradas em uma prancha de CAA (comunicação aumentativa e alternativa) feita para apoiar vítimas das chuvas no litoral norte de São Paulo que tenham, permanente ou temporariamente, dificuldade de se expressar por meio da fala.

Prancha de comunicação alternativa para as vítimas das chuvas do litoral norte de SP com 46 pictogramas, letras e números
Prancha de comunicação alternativa para vítimas das chuvas do litoral norte - Folhapress

Em frente e verso, a prancha tem 46 pictogramas, uma escala de dor, o desenho do corpo, as letras do alfabeto e números. Foi produzida a partir de uma experiência anterior, de uma prancha com pictogramas focados em necessidades hospitalares, que apoiou pacientes com Covid-19.

A ideia é que as pranchas sejam distribuídas a hospitais e abrigos da região de São Sebastião.

Prancha de comunicação alternativa para as vítimas das chuvas do litoral norte de SP com 46 pictogramas, letras e números
Verso da prancha de comunicação alternativa para as vítimas das chuvas do litoral norte paulista - Folhapress

"[Pode ter utilidade] para qualquer pessoa que tenha impedimento total ou parcial da comunicação pela fala, por uma condição de deficiência, autismo, por um pânico. Não importa quem chega. Havendo dificuldade de comunicação, a gente pode tentar favorecer essa ação pela prancha de comunicação", explicou ao blog Rita Bersch, diretora da Assistiva Tecnologia e Educação e integrante do conselho consultivo do capítulo brasileiro da ISAAC (International Society for Augmentative and Alternative Communication).

A prancha para as vítimas das chuvas é assinada pela ISAAC, a Assistiva e a Com Acesso (UFRGS). A iniciativa ainda envolveu a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que repassou o material para a Secretaria da Pessoa com Deficiência e do Idoso de São Sebastião.

"O uso da CAA em abrigos e hospitais deveria ser corriqueiro, e não só restrito a situações de emergência como a que estamos enfrentando. É uma ferramenta barata e que pode aumentar a qualidade do atendimento para pacientes e para enfermeiros, médicos e demais funcionários da saúde e assistência social", diz a deputada estadual Andréa Werner, mãe de um adolescente autista, também envolvida na ação.

Segundo a ISAAC, a comunicação alternativa "envolve um conjunto de ferramentas e estratégias utilizadas para resolver desafios cotidianos de comunicação de pessoas que apresentam algum tipo de comprometimento da linguagem oral, na produção de sentidos e na interação". Isso inclui, por exemplo, gestos, apontar para símbolos gráficos no papel ou no tablet, e encadear símbolos formando frases.

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