Voltaire de Souza

Crônicas da vida louca

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Alegrando o presidente

Ganhar e perder eleições faz parte da vida, mas antigas amizades são para sempre

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Raiva. Desapontamento. Irritação.

O presidente Bolsonaro se fechou no palácio.

A vida é assim mesmo.

Uns ganham, outros perdem.

Julião sentia pena.

—Ele bem que tentou...

Os amigos concordavam.

—Nunca foi de desistir.

—É só uma parada tática, pessoal.

—Ele volta.

—Não podemos ficar sem a liderança dele.

—Inspiração.

—Exemplo.

—Macho pra caramba.

Julião suspirou.

—Mesmo assim, nesse momento...

—O que é que tem?

—A gente precisava dar uma força para ele.

—Parar estradas, Julião? Acho que aí não dá certo.

—É, no momento acho que seria demais.

—O quê, então?

—Acho que a gente podia levar um presente para ele.

—Lá no palácio?

—Se ele receber a gente...

—No que é que você estava pensando, Julião?

—Lá no meu depósito... tem uma preciosidade.

Ele mostrou a foto no celular.

—Esse fuzil aqui... só na tropa de elite americana. E esse aqui é um lança-mísseis.

—Pô, Julião, você consegue e não avisa a gente?

—Calma. Tem carregamento marcado. Mas o presente dele...

—Tem de ser especial.

—Gravado a ouro. No cano.

—Só o nome dele?

—Vai ter também "homenagem afetuosa dos milicianos de São Gonçalo".

—Cano longo, né, Julião.

Passaram-se os dias.

—Ainda sem resposta?

—A assessoria diz que ele continua sem falar com ninguém.

—Mas quando se animar...

—A gente é prioridade.

—Com certeza.

Conforme a circunstância, é fácil emburrar.

Mas desemburrar é bem mais complicado.

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