Fome. Miséria. Vulnerabilidade.
Pesquisas comprovam.
Mais de 60 milhões de brasileiros estão na pior.
O americano Norton estava preocupado.
—Milyoins sáin un tostáun.
Apesar disso, ele não perdia a chance de viajar pelo nosso país.
—Adóówr.
Rio. Salvador. Fortaleza.
—Colpacabáán. Bowa Vialj. Mucureep.
Mas o Brasil não é feito só de praias, tanguinhas e água de coco.
—A Amazóón... táun ameyassád.
Norton desembarcou em Manaus com a roupa apropriada.
—Chinéll. Bermúld. E a camilz da sileçáun.
Em tempos de Copa do Mundo, o americano também queria torcer.
Acenos. Sorrisos. Barra-limpas.
—Poulv maish simpátkow,
Ele deu um suspiro.
—Maish quántal pobrayz...
De fato.
Barracas de plástico. Sacos de lixo. Cozinha no meio da rua.
—Seráh quil ningáyn faish náád?
Ele se aproximou da ocupação urbana.
—Báyn na fréntchy do eyxérwcit?
Na hora de puxar conversa, ele se espantou.
—Viva o Trump. Viva Israel. Viva o capitalismo.
—Táun pobrish... e táun ligadush na políltk.
—We speak English. Make America Great Again.
—Faveláldu feylándu ingleysh?
Não era o movimento sem-teto.
Era um protesto bolsonarista.
Ocupando de forma precária uma importante avenida de Manaus.
—Brwazyl... paysh féscinantchi.
Dar comida para os pobres é possível.
O difícil mesmo é contentar todo mundo.
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