SpaceX adia para sábado lançamento do Starship, foguete mais poderoso da história

Em abril, primeiro teste com o foguete, da empresa de Elon Musk, terminou em explosão

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São Paulo

Quase sete meses após o primeiro voo integrado do Starship, o foguete mais poderoso já feito, a SpaceX, de Elon Musk, recebeu autorização da Agência Federal de Aviação americana (FAA, em inglês) para realizar um segundo voo teste. O lançamento está marcado para este sábado (18) na base de Boca Chica, no Texas.

Inicialmente, o teste estava previsto para esta sexta (17). Precisou, porém, ser reagendado para a troca de uma peça. O anúncio foi feito pelo próprio Musk no X (ex-Twitter).

A SpaceX terá uma janela de duas horas, a partir das 10h (horário de Brasília), para lançar a espaçonave. Caso ocorra algum imprevisto, o voo pode ser adiado novamente.

Ao liberar o teste, a FAA afirmou que a empresa de Musk "atendeu aos requisitos de responsabilidade em termos de segurança, meio ambiente, regulamentação e finanças" depois do incidente no primeiro teste orbital.

Foguete está apoiado em plataforma de lançamento
Starship em Boca Chica, no Texas (EUA); segundo voo teste está marcado para este sábado (18) - Joe Skipper/Reuters

O plano da SpaceX é completar um percurso de cerca de 90 minutos. Concluído o lançamento, o primeiro estágio deve cumprir seu papel de ascensão, separar-se do segundo estágio e descer no golfo do México. O segundo, então, deve dar quase uma volta em torno da Terra e, por fim, mergulhar no oceano Pacífico.

Em 20 de abril deste ano, o foguete decolou pela primeira vez em sua configuração completa. Mas vários motores não funcionaram e as duas partes (Starship e o propulsor) não se separaram, o que deveria ter ocorrido três minutos após o lançamento.

O foguete girou algumas vezes no ar, descontrolado. As equipes da SpaceX, então, deliberadamente fizeram com que explodisse passados quatro minutos de voo e com o Starship a uma altura de 40,23 km. Os engenheiros da empresa costumam chamar essa detonação pela sigla RUD, ou "rapid unscheduled disassembly" (desmontagem rápida não programada).

O único objetivo declarado do voo era deixar a plataforma da base de Boca Chica de forma segura, o que ocorreu. Por isso, a SpaceX fez uma análise positiva da missão.

"O sucesso vem do que aprendemos, e o teste de hoje irá nos ajudar a melhorar a confiabilidade do Starship conforme a SpaceX busca tornar a vida multiplanetária. Parabéns a toda a equipe num empolgante primeiro voo-teste integrado do Starship!", escreveu a empresa na plataforma X, antigo Twitter, com o discurso alinhado à ambiciona missão de colonizar Marte num futuro não tão distante.

Encerrado o teste, a FAA conduziu uma investigação técnica. Em setembro, a agência se manifestou e atribuiu a explosão do Starship a múltiplas causas. Recomendou, ainda, que a SpaceX implementasse 63 medidas corretivas antes de uma nova tentativa de lançamento.

Entre os pedidos constavam mudanças de hardware para evitar vazamentos e incêndios e reforço da plataforma de lançamento do foguete para evitar uma tempestade de detritos e areia. No primeiro lançamento, toda a plataforma foi desintegrada.

Além disso, um sistema de "dilúvio" de água com borrifadores que são liberados ao ligar os motores foi instalado e testado para atenuar as ondas acústicas e limitar vibrações contraproducentes.

O Starship consiste em uma cápsula reutilizável de aproximadamente 50 metros de altura, para transporte de equipe e carga, localizada sobre o propulsor em primeiro estágio Super Heavy, com cerca de 70 metros e 33 motores, o maior número já utilizado.

O veículo gera 7.600 toneladas de impulso no lançamento, mais do que o dobro da potência dos foguetes Saturn 5 que levaram a missão Apollo à Lua.

A verdadeira inovação do veículo é ser completamente reutilizável, e as duas etapas são projetadas para retornar e pousar em sua plataforma de lançamento, o que permite reduzir os custos.

A Nasa é uma das maiores interessadas no sucesso do lançamento, uma vez que já escalou o Starship para pousos na Lua nas missões Artemis 3 e 4.

Se confirmada a Artemis 3, esperada para o fim de 2025, será o primeiro retorno de seres humanos à superfície lunar desde o fim do programa Apollo, em 1972.

O plano de Musk é que o Starship também possa ser utilizado para ir a Marte. E isso, segundo o fundador da SpaceX, pode ocorrer dentro de 3 a 4 anos.

Com AFP

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