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Reino Unido e Europa disputam nova corrida espacial

País vai ficar de fora de um importante sistema europeu de rastreamento por satélite, o Galileo

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O Reino Unido está começando a se preparar para disputar uma verdadeira “corrida espacial” com a União Europeia.

Trata-se de mais um entre os milhares de problemas causados pelo "brexit", o processo de divórcio entre britânicos e europeus.

Por conta da controversa decisão de deixar a União Europeia, o Reino Unido vai acabar ficando de fora também de um importante sistema europeu de rastreamento por satélite chamado Galileo.

O foguete Ariane 5, com quatro satélites do sistema Galileo a bordo, decola de Kourou, na Guiana Francesa
O foguete Ariane 5, com quatro satélites do sistema Galileo a bordo, decola de Kourou, na Guiana Francesa - 25.jul.18/AFP

O sistema está em construção há anos e deve ficar pronto em 2020.

O Galileo tem a pretensão de rivalizar com o popular GPS (Global Positioning System), controlado pelos norte-americanos.

Com o seu próprio sistema, os europeus vão poder rastrear veículos, pessoas e cargas de forma independente dos norte-americanos.

Trata-se de uma necessidade estratégica para a defesa do continente.

O Galileo será usado no combate a eventuais estados inimigos, terroristas, contrabandistas de pessoas, traficantes de drogas e outras organizações criminosas.

O sistema foi criado com importante ajuda econômica e tecnológica do Reino Unido.

Mas depois do anúncio do "brexit", os europeus decidiram que não vão dividir todas as informações que venham a obter com os britânicos.

Quase todos os dados realmente importantes e estratégicos terão uso restrito apenas entre os países da União Europeia.

Com isso, o governo e os militares do Reino Unido temem ficar expostos a governos estrangeiros e sem as informações fundamentais para a defesa do país.

No calor dos debates, o governo britânico acabou anunciando que vai criar o seu próprio sistema de rastreamento por satélite para competir com o Galileo.

O anúncio deu início ao que a imprensa britânica, embalada pela velha rivalidade entre a ilha e o continente,  já vem chamando de “nova corrida espacial”.

A primeira-ministra conservadora Theresa May, que transformou o "brexit" praticamente na única prioridade de seu governo, já deu sinal verde para os cientistas do país começarem a trabalhar num novo sistema totalmente britânico de rastreamento por satélite.

O governo se comprometeu a liberar imediatamente £ 100 milhões (cerca de R$ 527 milhões) para o início dos trabalhos.

Os britânicos esperam conseguir montar o novo sistema rapidamente. Mas, no total, devem gastar até £ 5 bilhões (cerca de R$ 26.4 bilhões) na competição espacial com os europeus.

Prova de que o "brexit" está ficando cada vez mais caro.

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