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Museus britânicos também reclamam de cortes nas verbas públicas

Nos últimos dez anos, o governo cortou 13% das verbas públicas a essas instituições

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Visitantes no Museu Britânico, em Londres
Visitantes no Museu Britânico, em Londres - Sang Tan - 14.nopv.13/Associated Press

O trágico incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, mostrou claramente a importância do financiamento público para instituições culturais.

Os países mais avançados tendem a valorizar muito a cultura e, não por acaso, usam muitos recursos públicos para ajudar a manter seus espaços culturais. 

É o caso do Reino Unido, que abriga alguns dos mais importantes museus do mundo —como a Tate Modern, o British Museum e a National Gallery.

Um levantamento divulgado em novembro de 2017 mostrou que os cerca de 2500 museus e galerias britânicos receberam nada menos do que 720 milhões de libras esterlinas em verbas públicas no ano passado (cerca de R$ 3,7 bilhões). Essa verba é bem mais do que o orçamento total do Ministério da Cultura brasileiro.

O dinheiro vem do governo central, em Londres, e dos diversos conselhos municipais que também usam seus recursos para financiar a cultura local.

Trata-se de um investimento mais do que necessário, que dá muito retorno ao país —inclusive, é claro, do ponto de vista financeiro. Praticamente não há turista que visite Londres e não passe por um de seus maravilhosos museus.

Mas os recentes governos conservadores britânicos começaram a cortar parte das verbas públicas nos últimos anos.

E os excelentes e bem mantidos museus britânicos passaram a reclamar que não estão recebendo recursos suficientes. Como deveriam. Nos últimos dez anos, o governo cortou 13% das verbas públicas a essas instituições. 

Em 2007, eles receberam 829 milhões de libras esterlinas –um recorde equivalente a R$ 4,3 bilhões de reais em valores de hoje.

Esses cortes ameaçam não só a perfeita manutenção dos acervos desses museus mas também os impedem de investir mais em suas coleções.

As verbas públicas também permitem que os museus nacionais britânicos funcionem sem cobrar ingressos para visitas aos seus acervos permanentes. Apenas exposições específicas e especiais cobram ingresso. Essa política ajuda a aumentar a popularidade dessas instituições junto ao público e aos turistas.

Uma pesquisa realizada no ano passado mostrou que 52% dos britânicos visitaram pelo menos um museu em 2017. Esse número muito alto mostra que os investimentos públicos na cultura também dão excelente retorno em termos de educação e cidadania.

E esta é a prova de que cada centavo investido em cultura vale muito a pena.

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