Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Não há vagas para racistas

Rio Grande do Sul detém cerca de 68% dos casos de racismo e injúria racial do país

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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul tomou uma decisão histórica e de grande impacto social: expulsou um aluno racista. Por meio da Portaria 4.001, em meados de julho o reitor Carlos André Bulhões Mendes desligou Álvaro Körbes Hauschild, doutorando em filosofia, indiciado por crime de racismo qualificado pela Polícia Civil. O caso também foi remetido à Polícia Federal.

Muito justo. Afinal, o ambiente acadêmico não pode compactuar com um crime e não deve se omitir frente à ideia de superioridade ou supremacia racial. Na verdade, vale para todo lugar do planeta.

Prédio da reitoria da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Prédio da reitoria da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) - Ramon Moser e Gustavo Diehl/Divulgação/UFRGS

Na origem da decisão estão mensagens enviadas por Hauschild assediando a psicóloga Amanda Klimick, que é branca e namora o estudante negro Sérgio Renato da Silva, discente da UFRGS. Nelas, segundo o inquérito, o ex-doutorando proferiu absurdos diversos.

Afirmou que negros exalam "um cheiro típico", "têm o cérebro programado para fazer o máximo de filhos que puder" e "possuem características genéticas diferentes". Ele também redigiu mensagens que negam o extermínio de judeus durante a 2ª Guerra.

Com o desligamento —festejado pelo Centro Acadêmico de Políticas Públicas e pelos diretórios estudantis da universidade, que se mobilizaram pela punição—, a reitoria dá um recado claro e importante: racistas não permanecerão.

Chamo atenção para o sul brasileiro, onde o perfil demográfico torna a desigualdade racial ainda mais evidente. Informações da Secretaria da Segurança Pública do RS dão conta de que a criminalidade no estado vem caindo. Porém o número de casos de racismo e de injúria racial não para de crescer: aumentou 25% em 2021.

O Rio Grande do Sul responde por cerca de 68% dos registros de racismo e injúria racial do país. As situações acontecem geralmente no ambiente de trabalho ou envolvendo vizinhança, colegas e "amigos", segundo a delegada Andrea Mattos, da Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre. Dá o que pensar.

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