Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Ubuntu

Por que não aproveitar núcleos ministeriais para pensar a redução das desigualdades socioeconômicas

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As últimas semanas têm demonstrado o quanto o racismo estrutural e institucional se torna ainda mais evidente quando o que está em disputa são espaços de poder e decisão.

Poder não é questão de gentileza ou de concessão, envolve conquista. E os negros, assim como as mulheres, conquistaram o direito de fazer parte do governo que está prestes a começar.

É inegável que a participação dessa parcela do eleitorado foi decisiva para a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022. Ainda assim, a resistência em compartilhar a Esplanada com pessoas que representam esses segmentos da sociedade tem sido absurda.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a futura ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes - Ricardo Stuckert/Divulgação

A relutância da equipe de transição quanto à criação da pasta da Igualdade Racial é coisa sem sentido num contexto de multiplicação quase desenfreada de ministérios para acomodar interesses os mais diversos.

Soma-se a isso a "fritura" de negros altamente preparados antes mesmo da indicação formal de seus nomes, além da até aqui pouco diversa equipe do primeiro escalão, coisas que também exemplificam a resistência em assegurar uma composição de governo mais heterogênea, mesmo que a centralidade da política de desenvolvimento do país passe pela questão racial. Afinal, fome, miséria, violência, falência do sistema educacional, crise na saúde, tudo isso tem um recorte étnico.

Como destacou o professor Ivair dos Santos, mestre em ciências políticas pela Unicamp e doutor em sociologia pela UnB, no artigo "O presidente negro da economia", "temos uma legião de negros e negras estudiosas e qualificadas, cientistas da área financeira do país, para ocupar cargos de cúpula em qualquer área".

Então por que não aproveitar alguns desses nomes em núcleos ministeriais para pensar alternativas de redução das desigualdades socioeconômicas regionais e de promoção da equidade racial, por exemplo?
Nessas horas, me vem à mente o Ubuntu, filosofia africana que se fundamenta na ética da coletividade: Eu sou porque nós somos.

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