Ana Fontes

É empreendedora social e fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora). Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República

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É possível começar a empreender depois dos 50?

Enquanto as empresas excluem os mais velhos, economia prateada já é considerada a terceira maior do mundo

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A taxa populacional de pessoas com 50 anos ou mais é crescente no Brasil e no mundo. São pessoas com desejos de consumo e vontade de continuar na ativa, gerando renda para si e para a família, e fazendo algo que faça sentido. As atividades econômicas voltadas para atender suas necessidades são tão expressivas que ganharam um nome próprio: economia prateada, que já é considerada a terceira maior do mundo, movimentando mundialmente US$ 7,1 trilhões por ano.

Mulher usando o computador
Mulher usando o computador - Unsplash

Mas nem tudo é um mar de rosas. Essas pessoas enfrentam dificuldades para se manter no mercado de trabalho por pressão provocada pelo etarismo –a discriminação em relação à idade mais avançada. As organizações deixam de proporcionar oportunidades para pessoas acima dos 50 anos porque têm dúvidas sobre sua capacidade. Recebo diariamente mensagens no meu LinkedIn de pessoas que foram desligadas de uma empresa, ou que são constantemente desrespeitadas no ambiente de trabalho devido a idade.

São 63% das mulheres com mais de 45 anos que proveem para suas famílias, sendo que pelo menos 40% são a única fonte de renda, segundo a pesquisa Elas 45+: Movimentos Etários, da consultoria Eixo. Mas, se o ambiente corporativo é hostil com os mais velhos em geral, com as mulheres mais velhas ele é ainda pior.

Tendo histórico de trabalhos precarizados e sendo parte importante da renda da família, se aposentar não é uma realidade possível. Então empreender é o caminho. De acordo com dados da última pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, feita em parceria com o Sebrae em 2021, dos mais de 25,6 milhões de empreendedores em atividade no Brasil, cerca de 6,5 milhões têm mais de 55 anos.

E, ao contrário do que o preconceito e o senso comum dizem, a experiência acumulada ao longo de toda uma vida é uma vantagem. Garante menos erros nos negócios, maior clareza do que se quer e o que é preciso ser feito, além de mais condições para arriscar.

Ainda assim, empreender traz desafios e demanda habilidades específicas, portanto, é interessante seguir algumas dicas fundamentais e específicas:

  • Não tenha medo de voltar a estudar, você é tão capaz de aprender algo novo quanto uma pessoa mais jovem
  • Entenda seu público alvo e o que a sua experiência pode trazer de diferencial para o produto ou serviço que oferece
  • E por último, mas não menos importante, é fundamental se conectar com uma rede de outros empreendedores e pressionar governos para que pensem políticas de incentivo ao empreendedorismo 50+ e a valorização da economia prateada

Cerca de 70% dos trabalhos hoje são gerados em pequenos negócios. Então, o empreendedorismo 50+ não só é uma nova oportunidade de realizar sonhos e manter uma atividade significativa, mas é também uma possibilidade de melhora nas condições de vida de toda a sociedade. Precisamos apoiar esse movimento.

Com o planejamento correto e um sonho, nunca é tarde para dar um salto de fé.

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