Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Estreia de Joaquim Barbosa é mais um obstáculo para Alckmin

Ex-presidente do Supremo larga com bom desempenho em bases eleitorais tucanas

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O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa acompanha sessão do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, em junho de 2017
O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa acompanha sessão do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, em junho de 2017 - Pedro Ladeira - 8.jun.17/Folhapress

A chegada de Joaquim Barbosa (PSB) à corrida presidencial congestiona ainda mais o caminho que Geraldo Alckmin (PSDB) esperava percorrer na disputa deste ano. O último levantamento do Datafolha revela que, na largada, o ex-presidente do STF ocupa parte do eleitorado que foi a base política dos tucanos por duas décadas.

Estagnado nas pesquisas, Alckmin já observava os avanços de outros rivais sobre votos que considerava cativos. Jair Bolsonaro (PSL) agarrou os grupos antipetistas e eleitores mais ricos. Alvaro Dias (Podemos) abriu vantagem na região Sul.

Agora, Joaquim Barbosa firma suas bases em territórios que o PSDB esperava atacar para impulsionar seu candidato. O ex-ministro do Supremo apareceu com 17% das intenções de voto entre eleitores com curso superior, logo atrás de Bolsonaro. Enquanto isso, Alckmin patina nesse segmento, com apenas 6%.

O juiz do mensalão também rouba votos em tradicionais redutos geográficos e urbanos do tucanato. Nas grandes cidades, tem 12% contra 6% do pré-candidato do PSDB. No Sudeste, Barbosa marca 11%, empatado com o ex-governador de São Paulo.

O potencial de votos de Barbosa ainda é incerto. Acredita-se até que ele possa absorver parte dos votos do ex-presidente Lula. Por enquanto, seu melhor desempenho se dá em segmentos que têm acesso fácil à informação —justamente os grupos que costumavam votar no PSDB e, por ora, resistem a repetir a dose.

O desgaste dos tucanos, o aparente declínio da polarização com o PT, a pulverização de candidaturas e a timidez de Alckmin na pré-campanha explicam a substituição de seu nome por outros na cabeça do eleitor.

O PSDB terá dinheiro e espaço na TV para tentar turbinar a figura de Alckmin quando a campanha começar de verdade, mas é bom lembrar que esta será uma corrida curta. Se o tucano cair para o segundo pelotão, pode ficar sem fôlego para recuperar o espaço perdido no sprint final.

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