Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Investigação mostra que Bolsonaro levou gangue golpista ao poder

PF apontou envolvimento de aliados do presidente em protestos, grupos extremistas e rede de ataques

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A Polícia Federal descobriu que aliados e auxiliares de Jair Bolsonaro financiaram protestos que pediam o fechamento do Congresso, organizaram um grupo extremista que atacou o STF e espalharam informações enganosas para atingir adversários do presidente.

As ações foram documentadas num relatório de mil páginas no inquérito dos atos antidemocráticos. A Procuradoria-Geral da República, porém, não viu muita coisa. Cinco meses depois de receber a papelada, o time de Augusto Aras pediu o arquivamento de apurações contra políticos e pessoas com foro especial.

Os procuradores não quiseram enxergar, mas a investigação mostrou que o bolsonarismo instalou uma gangue golpista dentro da máquina pública. Mensagens obtidas pelos policiais indicam, por exemplo, que um assessor da deputada Bia Kicis (PSL-DF) ajudou a organizar um acampamento de ativistas radicais que usaram tochas e máscaras para intimidar o STF, no ano passado.

Documentos também apontam que um funcionário terceirizado do Ministério dos Direitos Humanos bancou o aluguel de carros de som para um protesto em frente ao quartel-general do Exército, em abril de 2020. Renan Sena também comprou faixas que pediam uma intervenção militar. Bolsonaro participou daquela manifestação e discursou na caçamba de uma caminhonete.

A PF descreveu ainda uma operação orquestrada nas redes sociais para atacar instituições e rivais políticos. Os dados coletados na investigação sugerem que a administração de páginas pró-Bolsonaro era feita dentro do Planalto e até em seu condomínio na Barra da Tijuca. O responsável por boa parte dos acessos foi um assessor direto do presidente.

A investigação mostrou como funciona o grupo que dá sustentação às investidas de Bolsonaro contra os limites da democracia. A PF deveria aproveitar o material para mapear a divulgação de informações falsas sobre urnas eletrônicas e a tentativa de melar a próxima eleição. Os golpistas continuam no poder.

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