Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Inquéritos no STF tomam fôlego para desmantelar células terroristas

Identificar e punir redes golpistas será necessário depois que Bolsonaro deixar o poder

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Em duas semanas, um grupo terrorista organizou dois ataques em Brasília. No dia da diplomação de Lula, criminosos provocaram depredação, atearam fogo em carros e quase lançaram um ônibus de um viaduto. Ninguém foi preso. No último sábado (24), militantes bolsonaristas tentaram explodir bombas na capital.

O país termina o ano com uma célula terrorista em atividade. A prisão de George Washington de Oliveira Sousa frustrou um atentado que tinha o objetivo de reverter a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, mas outros apoiadores do atual presidente permanecem impunes e empenhados em seus projetos golpistas.

A ação desses grupos deve dar novo fôlego às investigações conduzidas no STF contra organizadores de atos antidemocráticos. Desmantelar essas células, reduzir os incentivos a novos ataques à democracia e punir os crimes já cometidos continuarão na mira do tribunal em 2023.

Os investigadores ainda precisam identificar a rede envolvida nos atos criminosos. O empresário que tentou explodir um caminhão perto do aeroporto de Brasília admite que não agiu sozinho. Ele diz que organizou o ataque com integrantes do acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército.

Armas, munições e outros objetos em cima de uma mesa
Armas e munições encontradas na casa do suspeito de tentar explodir um caminhão de combustíveis em Brasília - Divulgação

Uma das prioridades do STF é rastrear o financiamento dos atos que estimulam um golpe de Estado e fazem ameaças de violência com motivação política. O empresário preso disse que gastou R$ 160 mil para comprar armas e munições, que seriam distribuídas para outros militantes.

As investigações ainda poderão responsabilizar outros personagens que deram apoio aos golpistas. A leniência do comando dos quartéis e a participação ativa de integrantes do governo Bolsonaro (como um militar lotado no Gabinete de Segurança Institucional) são provas de que os militantes contaram com o respaldo de autoridades.

A corrosão da democracia é um projeto permanente do bolsonarismo. Investigar e punir os golpistas será necessário mesmo depois que o atual presidente deixar o poder.

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