Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bruno Boghossian
Descrição de chapéu terrorismo guerra israel-hamas

Projeções para o pós-guerra só existem à base de propaganda

Netanyahu contempla custos políticos e diplomáticos de uma guerra com duração e resultado incertos

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Enquanto o Hamas mantém reféns e Israel despeja bombas, há gente interessada em falar do pós-guerra. Um documento do Ministério da Inteligência israelense cita a remoção forçada de 2,2 milhões de palestinos. Já o secretário de Estado americano indicou que uma coalizão de países ou órgãos internacionais pode controlar Gaza temporariamente.

A esta altura, qualquer cenário só existe à base de muita propaganda, alguma torcida e nenhuma disposição para a trégua. O governo de Israel pode fazer uma exibição de valentia e convencer seus cidadãos de que há um plano até a vitória. Para os EUA, projetar o dia seguinte à guerra poderia ser uma tentativa de exorcizar o fantasma do caos afegão.

Os líderes dos dois países ainda contemplam os custos políticos e diplomáticos de uma guerra com duração e resultado incertos. Joe Biden vai às urnas no ano que vem contra um rival que o responsabiliza pelo conflito. Binyamin Netanyahu tem sua sobrevivência no poder vinculada ao desenrolar do confronto.

A população israelense manifesta incertezas sobre o primeiro-ministro, as escolhas relacionadas ao conflito e o pós-guerra. Metade do país confia mais nos chefes militares do que em Netanyahu, segundo uma pesquisa do Israel Democracy Institute. Por outro lado, 63% dizem que preferem fazer um acerto de contas só depois do conflito.

Depois do período de trégua, muitos israelenses pensam em se livrar de Netanyahu. Outra sondagem, feita pelo instituto Agam apenas com eleitores judeus, mostrou que 70% deles gostariam que o primeiro-ministro renunciasse após o confronto, com a convocação de novas eleições.

Os números refletem a insatisfação de israelenses que põem na conta de Netanyahu o ataque do Hamas em 7 de outubro, não uma rejeição aos planos de guerra do primeiro-ministro. A maioria dos judeus ouvidos na pesquisa apoia bombardeios e a ocupação de toda a Faixa de Gaza. Quase metade concorda que o território deve ser controlado por forças externas pelos próximos anos.

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