Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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E as cidades continuam se expandindo

Pesquisa analisa crescimento horizontal e vertical de áreas urbanas pelo mundo

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O formato, a volumetria e as tendências de crescimento das áreas urbanas têm relação direta com consumo de energia, mobilidade, custo de serviços públicos, produtividade, economias de escala e muitos outros fatores que influenciam de forma significativa o dia a dia da vida nas cidades.

A relevância desse tema levou o WRI (World Resources Institute) a desenvolver indicadores de expansão das cidades, a partir de imagens de satélites e informações obtidas junto à faculdade de estudos ambientais e florestais da Universidade de Yale, ao centro de pesquisas da Comissão Europeia e à NASA (National Aeronautics and Space Administration), sediada nos EUA.

Os resultados retratam a expansão horizontal e vertical das áreas urbanas e a relação entre essas duas formas de crescimento nas regiões metropolitanas de 499 cidades do mundo, com população acima de 1 milhão de pessoas, ao longo dos anos 2000 a 2014.

Dentre todas as cidades pesquisadas, as que tiveram nesse período os maiores índices de expansão, tanto horizontal quanto vertical, foram as chinesas.

Em termos de expansão horizontal, as 12 maiores são cidades chinesas, seguidas pelas americanas Houston, Phenix, Orlando , Washington e Nova York. Contudo, o índice de Houston, a cidade americana com maior expansão horizontal, é ainda menos da metade do maior índice em cidades chinesas, que foi detectado em Xangai.

Prédios iluminados em Xangai à noite
Cidade de Xangai, na China - Hector Retamal/AFP

Quando se trata de expansão vertical, as cidades chinesas assumem também as 10 primeiras posições, seguidas por Moscou, Tóquio e Seul. A cidade de Xangai, que lidera o ranking mundial também nesse quesito, teve uma expansão vertical quatro vezes maior que Moscou e cinco vezes maior que Nova York. 

Entre as 499 cidades pesquisadas, estão 19 brasileiras. No Brasil, a cidade com maior expansão horizontal no período analisado foi Campinas, seguida de perto por Belo Horizonte e Porto Alegre. São Paulo foi somente a sétima cidade com maior expansão horizontal, com um índice muito próximo ao de Curitiba. Das cidades pesquisadas, as que menos se expandiram horizontalmente foram Maceió e Salvador.

A expansão vertical no Brasil foi liderada por São Paulo, com um índice duas vezes superior à segunda colocada, Rio de Janeiro. Ainda assim, São Paulo ocupa somente a 62ª posição no ranking mundial de expansão vertical, tendo um índice 15 vezes inferior ao de Xangai. As cidades que menos se expandiram verticalmente foram, igualmente, Maceió e Salvador.

O exame das imagens transmitidas por satélites nos permite também uma avaliação espacial e volumétrica. Mostra que algumas cidades são mais compactas, enquanto em outras há mais espaço aberto entre áreas construídas. Pode-se ver ainda a velocidade e a forma de preenchimento dos espaços abertos entre as áreas já construídas, que resultam na sua consolidação.

É possível perceber se as cidades estão se tornando mais monocêntricas ou mais policêntricas. Portanto, além da mensuração através dos indicadores, a visualização do formato de expansão nos fornece evidências sólidas para debater e decidir sobre os melhores caminhos para o crescimento das cidades.

A compilação de dados e informações sobre a expansão das cidades é de extrema relevância, porém, da mesma forma, é essencial que se desenvolvam métodos que possam tratar cientificamente esses dados, para monitorar e redirecionar os modelos de crescimento, e, dessa maneira, atingir os objetivos requeridos pelas diferentes situações de desenvolvimento a que cada cidade se submete.


 

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