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Cristiane Gercina é mãe de Luiza e Laura. Apaixonada pelas filhas e por literatura, é jornalista de economia na Folha

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Seis em cada dez pais relatam que filhos já foram vítimas de violação na internet

Pesquisa encomendada pelo Google à Nielsen mostra o comportamento de crianças e adolescentes online

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São Paulo

Seis em cada dez pais brasileiros relatam que os filhos já foram vítimas de violações na internet, que incluem contato com conteúdo impróprio para a idade —sexual, chocante ou violento—, fakenews e compartilhamento de informações pessoais, entre outras situações.

Os dados fazem parte de uma pesquisa do Google encomendada à Nielsen para mapear o comportamento de crianças e adolescentes na internet dentro do projeto "Mais Seguro com Google", lançado em agosto, que tem como foco a segurança online dos usuários.

Pesquisa da Google encomendada à Nielsen mostra que maioria crianças e adolescentes já foram vítimas de violações na internet - JackF - Fotolia

O projeto envolve não apenas crianças, adolescentes e suas famílias, mas também tem como foco a segurança nas redes de uma forma geral, para que o número de golpes e outros crimes cibernéticos diminuam no Brasil. O país tem exportado "tecnologia de fraudes" para outros continentes, o que preocupa a empresa.

Segundo o estudo, de cada dez pais, apenas dois fazem o monitoramento dos filhos do que os filhos veem na internet utilizando ferramentas online. A maioria ainda realiza o controle parental de forma presencial, quando está ao lado dos filhos. Este tipo de acompanhamento é maior nas classes menos favorecidas e nos estados do Norte e Nordeste.

Além disso, a partir dos dez anos de idade, os pais deixam de manter esse acompanhamento mais de perto, por entender que os filhos já têm certa autonomia para cuidar de si e, aos 13, idade em que os adolescentes migram para as redes sociais, o acompanhamento é quase nulo.

O levantamento mostra ainda que as crianças acessam a internet preferencialmente em casa e na escola, e, em geral, ficam online cerca de duas horas por dia. Os menores preferem acesso a vídeos e jogos. Os mais velhos, a partir dos 13 anos, gastam a maioria do seu tempo em redes sociais.

A pesquisa indica que os pais querem aprender mais sobre como fazer o controle do que seus filhos veem e como agir para que eles não sejam vítimas de nenhum tipo de violação. Neste quesito, quatro em cada dez pais disseram que seus filhos nunca foram vítimas de conteúdos impróprios, chocantes, com violência ou tiveram dados roubados ou ainda foram afetados por notícias e situações falsas.

Bruno Diniz, responsável pelo Family Link, em evento sobre segurança do Google
Bruno Diniz, responsável pelo Family Link, fala sobre internet e crianças em evento sobre segurança online do Google - Cristiane Gercina/Folhapress

A análise dos responsáveis pela pesquisa é de há uma grande preocupação dos pais com assédio, especialmente entre as crianças mais novas, de cinco a oito anos. Conforme a idade sobe, essa preocupação diminui. Para especialistas, os dados convergem com as orientações de que é necessário dar mais autonomia, dentro dos limites, para auxiliar no crescimento saudável.

"Os achados do estudo são impressionantes ao analisar os comportamentos de crianças e adolescentes, assim como a percepção dos pais," afirma Nathália Guimarães, da Nielsen. "Um aspecto particularmente intrigante é o fato de que a maioria das estratégias de controle parental é implementada sem auxílio tecnológico (63%), ou seja, é adotado um método mais 'manual'", diz ela.

Os dados estão norteando o Google no aprimoramento de ferramentas que auxiliem pais e cuidadores no acompanhamento de menores na internet. A principal ferramenta do Google hoje é o Google Family Link, que auxilia no controle do tempo de tela, na localização da criança e impede o acesso a sites e aplicativos não apropriados para a faixa etária, entre outras funcionalidades.

Bruno Diniz, engenheiro responsável pela área de Crianças e Famílias no Google Brasil e um dos desenvolvedores da plataforma, diz que hoje em dia existem 2,5 bilhões de crianças e adolescentes no mundo, por isso a empresa tem voltado seus olhos a esse público, dentro do projeto "Crescendo com o Google", que tem como meta proteger, ensinar e empoderar.

Segundo ele, é natural voltar-se a esse público, já que estamos vendo as primeiras gerações de crianças que já nasceram no mundo e que são completamente digitais. Por dia, diz Diniz, são 175 mil novas crianças entrando no mundo da internet como usuários.

O engenheiro afirma que é preciso a parceria com a família para ter sucesso na proteção online de crianças. "Logicamente que a gente não consegue fazer isso sozinho. Nós temos políticas, nós temos diretrizes nesse sentido e trabalhamos com parceiros e com toda a indústria como um todo para tentar oferecer essa proteção da melhor forma possível", diz.

O estudo encomendado à Nielsen foi realizado entre os dias 26 de junho a 7 de julho deste ano, o estudo ouviu 1.820 pais brasileiros, com filhos entre 5 e 17 anos.

Veja ferramentas do Google para controle parental e auxílio na edução:

Family Link: aplicativo que permite aos pais configurarem contas supervisionadas de seus filhos, com limites de tempo de tela, gerenciamento de aplicativos disponíveis nos dispositivos, acesso à localização, além do gerenciamento de como os dados da conta são usados.

Selo ‘Aprovado por professores’: aba dedicada a aplicativos avaliados e aprovados por educadores. Foram levados em consideração fatores como adequação à idade, estímulo ao aprendizado e o desejo de brincar por meio de atividades criativas, histórias ou jogabilidade inovadora.

Google Kids Space: disponível para alguns tablets Android, traz aplicativos, livros e vídeos para crianças de até 9 anos.

SafeSearch: recurso da busca que ajuda a detectar e desfocar imagens explícitas de nudez, conteúdo sexual explícito ou violência.

YouTube Kids: aplicativo desenvolvido desde o início para ser uma experiência mais segura e simples para as crianças explorarem, com ferramentas para pais e cuidadores guiarem a navegação. Ele é separado do YouTube comum.

Experiência Supervisionada do YouTube: quando os pais decidirem que seus filhos estão prontos para explorar o YouTube, eles podem configurar uma experiência supervisionada com configurações de conteúdo para pré-adolescentes e adolescentes. A experiência também inclui recursos como a desativação da reprodução automática, comentários e bate-papo ao vivo.

Seja Incrível na Internet: programa que ajuda as crianças a navegarem com mais cuidado e confiança no mundo on-line, ensinando conceitos básicos de segurança e cidadania digital.

Turma da Mônica/Proteção aos Dados Pessoais: em parceria com a Maurício de Sousa Produções e com a ajuda dos personagens da Turma da Mônica, a revista estimula as crianças a navegarem de forma segura, com atenção à proteção de seus dados pessoais.

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