A julgar pela quarta temporada de "The Crown", a vida nos castelos britânicos da realeza, com seus protocolos e restrições, se resume a longas caçadas na lama e tolos jogos de salão.
As rusgas palacianas referem-se mais a quem namora quem, ou a quem deve namorar quem. Sente-se o tique-taque do relógio, mesmo que o som do tempo não esteja em cena. Nos enormes e atapetados salões de Buckingham, a jovem Diana Spencer anda de patins ouvindo Duran Duran em fones de ouvido, sob os olhares austeros dos antepassados que se projetam das pinturas.
O tédio é o código social desses nobres, símbolos andantes do antigo poderio da nação. Aí, só bebendo. A rainha, única, na verdade, a ter um papel menos inócuo nos rumos da política, é um exemplo de longevidade, conservada à base de um Dubonnet Cocktail matinal, feito com gim, um dry martini no almoço e duas taças de champanhe no jantar —talvez outro Dubonnet antes de dormir.
Esta bebida, um vinho fortificado com ervas e especiarias, era tomada pelos soldados da Legião Estrangeira para combater a malária.
Príncipe Philip, menos sofisticado, prefere a prosaica cerveja, como fariam depois os príncipes William e Harry. Margareth, a irmã de Elizabeth 2ª, orquestrava seus tumultos amorosos com boas doses de Scotch e Soda, que no Brasil é água com gás, não o refrigerante doce de limão.
Margareth Thatcher e o desengonçado Charles vão de uísque. Camila Parker Bowles, a eterna megera desse conto de fadas bege (não fosse pela parte política, com os conflitos na Irlanda e nas Malvinas), não fica sem seu gim-tônica.
Quem surpreende mesmo, além da mãe suprema, são as princesas Diana e Kate Middleton. A primeira pela delicadeza. Era quem menos bebia.
Gostava de um vinho casual. E de Bellini, drinque criado no Harry's Bar em Veneza, refúgio de Hemingway, Fitzgerald, Orson Welles e Dorothy Parker. Certa ocasião, foi a uma boate gay disfarçada de homem, onde tomou alguns desses drinques acompanhada de Freddy Mercury.
Kate, por sua vez, aprecia Jack Daniel's e coquetéis de frutas, como o Piña Colada e o... Crack Baby. Ela e William frequentavam o exclusivo bar Boujis em Kensington, que oferecia esse drinque de título infeliz numa seringa gigante. A maravilha leva suco de maracujá, licor Chambord, champanhe, vodca e morangos. Classe é para poucos.
Bellini
Ingredientes
- 45 ml de purê ou suco de pêssego branco
- 135 ml de prosecco
Passo a passo
Coloque o purê ou suco numa taça de champanhe previamente gelada. Despeje lentamente o prosecco, mexendo aos poucos.
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