Daniel Furlan

Ator, comediante e roteirista, é um dos criadores da TV Quase, que exibe na internet o programa "Choque de Cultura".

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Daniel Furlan

Um filme (parte 3)

Abandonado pela noiva robô e preso no passado, herói sofre derrame cerebral

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Nosso casal proibido usa novamente a máquina do tempo desenvolvida pelo orangotango para buscar ainda mais no passado o monarca Luís 15, que comandaria a cerimônia de casamento. Sem motivo aparente, Luís 15 aparece em forma de desenho animado. 

Trapalhão e acostumado a ser tratado de forma diferenciada, Luís 15 instala-se na casa da noiva, que sendo um robô, não compreende os ataques de prima-dona do rei, dando início a deliciosas trapalhadas, com direito a flatulências e danificação do imóvel. Ele reclama da comida e dos preparativos para a festa, mas parece não questionar o fato de ter sido buscado com uma máquina do tempo para celebrar um casamento entre um casal do futuro formado por um adolescente e um robô.

O aguardado brinde feito pelo orangotango no dia do casamento é nada mais que um caótico devaneio sobre o amor entre homens e máquinas, Natal, Idade Média, nazismo, sequestro de aviões por terroristas e patinação no gelo. O clima baixo-astral faz com que a celebração seja interrompida por nosso protagonista caindo no chão tendo espasmos e flashbacks de uma participação na Guerra do Vietnã.

Ilustração de Luciano Salles para coluna e Daniel Furlan mostra um macaco usando um gorro verde
Luciano Salles

Numa dessas lembranças, uma atraente vietcongue prisioneira de guerra, mesmo gravemente ferida, faz-lhe uma massagem sensual, numa bela cena à beira do rio com direito à exposição de genitálias e penetração explícita, observadas pelos animais da linda fauna asiática.

Ao voltar do flashback, nosso herói se dá conta de que a insinuante vietcongue na realidade estava morta o tempo todo, vítima de uma misteriosa doença, e que um dos animais observando era nada menos do que o orangotango futuro mascote da escola.

Abandonado pela noiva robô e a caminho da morte devido à intimidade com o cadáver contaminado, além de preso no passado (Luís 15 exigiu a máquina do tempo para voltar), nosso herói sofre um derrame cerebral devido à intensa carga emocional, intensificada pela confusão mental de sua estranha situação no espaço-tempo, de estar no passado tendo flashbacks de coisas que ainda acontecerão. Desnorteado, nosso herói decide buscar indenização e inicia uma longa batalha judicial sem precedentes contra o orangotango cientista, inventor da máquina do tempo, que ele considera fonte de sua desgraça.

(Continua)

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