Deirdre Nansen McCloskey

Economista, é professora emérita de economia e história na Universidade de Illinois, em Chicago

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Deirdre Nansen McCloskey
Descrição de chapéu Argentina América Latina

Com 'lei ônibus', Javier Milei remove obstáculos na Argentina

A revolução de Milei ainda não é interna, é externa, imposta de cima para baixo

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Em 2 de fevereiro, a coalizão de Javier Milei na Câmara de Deputados da Argentina conseguiu aprovar, por 144 votos contra 109, as medidas mais liberais tomadas por qualquer país latino-americano no último século.

Em termos históricos mundiais, é a mais ambiciosa desregulamentação desde a Revolução Francesa. No inglês norte-americano, falamos proverbialmente dos males de colocar "ganchos e cadeiras" para atrapalhar o caminho de uma pessoa.

Você pode ver a imagem. Javier Milei os está removendo e queimando.

Mas desde 1790, a começar pela própria França, o Estado em todo o mundo adquiriu cada vez mais poderes de tributar, expropriar e regulamentar —cada vez mais ganchos e cadeiras.

E nossos senhores no Estado exerceram avidamente esses poderes, não com maior entusiasmo do que na triste Argentina sob seus antigos e novos peronistas. Os argentinos, e o resto das pessoas em maior ou menor grau, deram poder aos senhores, igualmente com entusiasmo.

Nós ansiávamos por um subsídio para nossa companhia de automóveis, ou por uma proteção para não termos de competir com outros supermercados, ou por uma desapropriação de terrenos públicos ou privados em benefício deste ou daquele argentino, brasileiro, americano ou russo.

Roubar de Pedro para pagar a Paulo.

A revolução de Javier Milei ainda não é uma revolução interna, ainda não reflete as convicções internas da maioria das pessoas. Ainda é externa, imposta de cima para baixo.

Será necessário se internalizar para impedir que a Argentina fique cada vez mais pobre enquanto se torna cada vez mais estatista.

Em 2021, segundo o estudo "Liberdade Econômica no Mundo - 2023" (EFW), publicada pelo Fraser Institute e pelo Cato Institute, a Argentina ficou em um surpreendente 158º lugar entre 165 países, na companhia de pesadelos do estatismo, como Zimbábue, Mianmar, Egito e Venezuela.

Para que comece de fato, a revolução externa de Milei precisa ser aprovada pelo Senado —e parece que o será, na mesma proporção obtida na Câmara.

Milei declara que a decisão está entre "tornar-se a maior favela do mundo" ou começar a se recuperar e ampliar a prosperidade de que gozava uma Argentina liberal em comparação com outros países na década de 1890, por exemplo.

Com uma população europeia tendo capacidades modernas, e depois de inovações na criação e no transporte de carne, era tão rica quanto os Estados Unidos.

O Brasil ficou em 90°. Procurem um Milei.

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