Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

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Descrição de chapéu guerra israel-hamas Itamaraty

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Soaram exageradas algumas análises sobre o papel do Brasil no Conselho de Segurança da ONU

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Daqui a uma semana o Brasil deixa a presidência temporária do Conselho de Segurança da ONU. O fim do mês de outubro marca também a volta do país à sua real dimensão no contexto da guerra entre Israel e o Hamas, num cenário de muitas incertezas sobre a possibilidade da expansão do conflito na região.

Sem dúvidas há tratativas importantes das quais o Itamaraty e o presidente Luiz Inácio da Silva, ao lado do conselheiro e ex-chanceler Celso Amorim, participam, bem como é de se reconhecer o incansável esforço diplomático. Sem nos esquecermos de dar os méritos devidos à operação de resgate dos brasileiros de solo israelense.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversa por telefone com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas - Ricardo Stuckert/PR - PR

No que estava ao alcance, nossas autoridades saíram-se muito bem. Da celeridade da convocação do conselho logo após o ataque terrorista ao empenho na busca de uma resolução, ou ao menos uma declaração, em prol de ações humanitárias e no apelo a alguma racionalidade estratégica no enfrentamento da situação.

Tudo na correta proporção do que era possível na conjuntura. Desproporcionais foram algumas reações (no jornalismo) um tanto jecas e de travo ufanista sobre o papel do Brasil, cujo protagonismo era transitório e devido a circunstância específica.

Destacou-se como sinal de extrema reverência o convite para participar da cúpula do Egito, gesto natural decorrente da posição ocupada pelo país naquele momento.

Antes soaram superlativas as análises sobre o infrutífero resultado da tentativa de se obter uma posição conjunta no conselho. Não foi uma derrota nem uma vitória brasileira, como se apontou pelo fato de ter havido 12 votos favoráveis, 2 abstenções e apenas o veto decisivo dos Estados Unidos.

Os americanos ficaram com o ônus já esperado pelos outros países que, sabedores do veto, confortavelmente aprovaram a resolução ou se abstiveram de se posicionar.

Quando não se sopesam corretamente os fatos, presta-se serviço à desinformação.

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