Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Apesar da concorrência Thiago Braz pode surpreender de novo

Brasileiro, surpresa com o ouro na Rio-2016, é candidato a outra medalha em Tóquio

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O brasileiro Thiago Braz, recordista olímpico com 6,03 m e medalha de ouro no salto com vara na Rio-2016, está com seus planos voltados para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que apontam para uma disputa acirrada na especialidade.

Braz não perdeu tempo com as dificuldades e os impedimentos provocados pela pandemia da Covid-19. Foi treinar em Fórmia, na Itália, onde costuma se preparar anualmente sob orientação do técnico ucraniano Vitaly Petrov. Atuou em vários eventos na Europa.

A meta dele é a melhora de rendimento para tentar um lugar no pódio das Olimpíadas adiadas para julho do ano que vem por conta da pandemia. Como atual campeão olímpico, ele sabe bem dos obstáculos que terá de enfrentar para atingir o objetivo. Precisa manter suas condições técnica, física e psicológica em alto nível.

Essa é apenas uma parte das pedras no caminho. O obstáculo maior ele vai enfrentar apenas nos Jogos. São adversários que estão em alta, em especial o sueco Armand Duplantis, que acaba de estabelecer nova marca mundial a céu aberto, com um salto de 6,15 m.

Em fevereiro, Duplantis já tinha cravado 6,18 m em recinto fechado. Superou o salto de 6,16 m de Renaud Lavillenie, reconhecido como o recorde do mundo vigente do salto com vara, que não faz distinção entre eventos ao ar livre e indoor. Esta avaliação leva em conta fatores diversos, como a ausência de registro da velocidade do vento, que pode favorecer os competidores durante a prova em outras especialidades que adotam a medida.

Depois de participar de vários torneios na Europa, Braz encerrou sua temporada internacional de competições e retorna a São Paulo para uma etapa de descanso. O forte da preparação para a Olimpíada deve ser mesmo na Itália. Quando está no Brasil, o recordista olímpico conta com as orientações de Elson Miranda, ex-atleta do salto com vara e treinador com anos de experiência.

Thiago Braz comemora a conquista da medalha de ouro no salto com vara na Rio-2016
Thiago Braz comemora a conquista da medalha de ouro no salto com vara na Rio-2016 - Adriano Vizoni-16.ago.16/Folhapress

Braz não estava cotado entre os favoritos na Olimpíada do Rio, mas acabou se convertendo na grata surpresa para os torcedores brasileiros ao ultrapassar a barreira de seis metros (colocou ainda mais três centímetros), o que nunca havia conseguido em provas anteriores.

Garantiu a medalha de ouro e o recorde olímpico para espanto de Lavillenie, que vinha da medalha de ouro em Londres-2012 e que terminou com a prata (5,93 m) no Brasil. O salto com vara tem essas surpresas.

Desperta curiosidade a lembrança do ucraniano Sergei Bubka, que antes de encerrar a carreira superou marcas mundiais em 35 oportunidades e foi seis vezes campeão do mundo, mas registrou apenas uma vitória na Olimpíada de Seul-1988.

Duplantis, Lavillenie, o norte-americano Sam Kendricks, bicampeão mundial (bronze no Rio, com 5,85 m), e Braz são os saltadores que têm feito sucesso e despontam como cotados para o pódio em Tóquio.

O sueco atingiu várias vezes a marca de seis metros, passa acima do sarrafo com folga e mantém a regularidade nas suas atuações, características importantes na trajetória de um vencedor.

Aliás, quando fala sobre Duplantis, tais pontos são destacados por Elson Miranda como “impressionantes” na performance do recordista mundial. Faltando 10 meses para os Jogos, resta aos torcedores a expectativa de que acompanharão uma prova muito equilibrada no Japão.

É assim que as coisas funcionam no salto com vara. O competidor precisa estar num momento especial para chegar ao topo nas competições. Braz iniciou esta temporada com um salto de 5,50 m, depois de cinco meses sem competir. Recentemente obteve seu melhor resultado no ano, 5,82 m.

No salto com vara, o atleta concentra esforços para garantir a vitória conforme os rivais vão sendo eliminados e a altura do sarrafo aumenta. Depois o atleta arrisca uma marca inédita porque nada tem a perder.

Apesar do alto nível da concorrência, a chance de Braz chegar a outra medalha olímpica é real. Não dá para alimentar somente a hipótese do ouro, embora ela não esteja descartada. A prova dura cerca de duas horas. Haja coração!

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