Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu Boxe

Enquanto boxe olímpico vive impasse, Brasil vai atrás de mais medalhas em 2021

Delegação brasileira participará de 10 das 13 categorias do Mundial masculino, em outubro

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Embora tenha caído em desuso na atualidade, a tradicional citação "depois da tempestade vem a bonança" anda na ponta da língua dos cartolas de cerca de duas centenas de países do círculo do boxe olímpico, que comeu do pão que o diabo amassou no período entre os Jogos do Rio-2016 e de Tóquio.

Para complicar, o ciclo teve cinco anos, um a mais do que o normal, por causa da pandemia do novo coronavírus que forçou o adiamento das Olimpíadas.

Um embate do COI (Comitê Olímpico Internacional) e da Aiba (Associação Internacional de Boxe), que era a organizadora e responsável pelo pugilismo nas Olimpíadas, tornou insustentável o relacionamento das duas entidades. Resultado: o COI, bem mais poderoso e detentor dos direitos dos Jogos, acabou cassando os direitos da Aiba como organizadora.

O entrevero foi forte a ponto de o comitê ter exigido o afastamento de um presidente eleito da Aiba –o uzbeque Gafur Rakhimov– por suspeitar do envolvimento dele com organização criminosa internacional na Ásia.

Versões nos bastidores também apontaram que o cartola figuraria numa lista de infratores procurados pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Nenhuma prova, no entanto, chegou a ser apresentada oficialmente sobre quaisquer das suspeitas.

A partir daquele episódio, uma das exigências, por exemplo, passou a ser que o Comitê Eleitoral da Aiba deve garantir a execução das recomendações do COI e da transparência da elegibilidade em suas eleições.

O conflito aumentou mesmo após as Olimpíadas do Rio, quando até árbitros e jurados daqueles Jogos chegaram a ser afastados posteriormente às disputas a fim de que fossem investigados por suspeitas de manipulação de resultados. Oficialmente, nada foi comprovado. Possíveis desvios nessa área ainda continuam sendo debatidos.

O comitê também segue aguardando um posicionamento mais claro da associação em temas polêmicos desde o começo dos entreveros como governança e finanças. Faltam também informações mais claras da associação sobre endividamento e financiamento atual e futuro da entidade.

Até o final de novembro, parte das dúvidas deverá ser esclarecida pela Aiba junto ao Comitê Especial de Monitoramento do COI, inclusive com a criação de Comitês de Ética e Disciplina.

Para os dirigentes do COI, no entanto, a boa governança não deve ser avaliada apenas sobre as regras, projetos futuros ou mudanças de marca, conforme sugerido no “relatório de progresso da Aiba e de especialistas independentes”, mas também sobre a implementação efetiva dos princípios de boa governança.

O boxe brasileiro experimentou um salto de qualidade nos últimos três ciclos olímpicos, completados recentemente com as Olimpíadas de Tóquio. Conquistou sete medalhas, número inferior apenas ao do judô, que ganhou nove no mesmo período. Com essas campanhas e mais o bronze de Servílio de Oliveira no México-1968, o boxe acumula agora oito pódios.

O novo presidente da CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe), Marcos Candido Brito, 60, assumiu o posto em abril passado, mas atua na entidade desde 2010. Ele sucedeu Mauro Silva, que milita na confederação há várias décadas e pela nova legislação esportiva do país não reunia mais condições regulamentares para se reeleger.

Embora ainda faltem praticamente três meses para o término da temporada, a vitoriosa campanha nas Olimpíadas de Tóquio, quando o Brasil ganhou três medalhas, pode ter sido apenas o pontapé inicial do sucesso no ano. Isso porque, de 22 de outubro até 7 de novembro, em Belgrado, a delegação nacional participará de 10 das 13 categorias do Mundial masculino.

A Aiba aguarda também a definição para este ano do seu Mundial feminino, que terá 12 categorias e o Brasil planeja ter representantes em todas elas.

De lambuja, desde o último sábado (18), uma representação nacional está competindo no Mundial militar, que reúne torneios nos dois gêneros (masculino e feminino), em Moscou.

Trata-se de um evento de forças armadas, sem ligação com o COI ou a Aiba, embora atletas olímpicos patrocinados por entidades militares atuem pelo seu país de origem na competição.

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