Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Corolla Cross é símbolo de uma indústria que troca volume por rentabilidade

Novo utilitário esportivo chega ao mercado com duas opções de motorização

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A Toyota lança nesta semana o Corolla Cross, seu segundo utilitário produzido no Brasil. O primeiro foi o jipe Bandeirante, um autêntico 4x4 que pertence a outros tempos. O novo SUV nasce como um símbolo moderno da indústria automotiva nacional, que troca o volume de vendas pela rentabilidade.

Diante da pressão dos custos e da desvalorização do real, as montadoras precisam elevar o ticket médio dos veículos produzidos no Brasil. O cenário é desfavorável aos carros compactos de baixo valor agregado, que já foram a base da indústria.

Para abrir espaço para produção do novo SUV, a montadora aposentou o Etios e ficou sem um representante entre os modelos de entrada. Na linha 2021, a versão mais em conta tinha carroceria hatch e motor 1.3 flex. Custava R$ 55 mil.

“A Toyota optou por não participar desse mercado, é preciso ter muito volume para ser competitivo”, diz Vladimir Centurião, diretor de vendas da Toyota.

O Corolla Cross custa a partir de R$ 140 mil. É o valor cobrado pela opção XR 2.0 Flex (177 cv), equipada com sete airbags, câmbio automático do tipo CVT, ar-condicionado com regulagem digital, retrovisores com rebatimento elétrico, rodas de 17 polegadas e sistema multimídia que espelha a tela de smartphones, entre outros itens.

É um produto que interessa aos mercados vizinhos: será exportado para 22 países. No Brasil, a montadora japonesa espera emplacar 3.500 unidades por mês. Seu principal concorrente hoje, o Jeep Compass, fechou 2020 com média mensal de 4.414 emplacamentos.

Além das opções 2.0, há versões 1.8 Hybrid Flex (123 cv), que custam a partir de R$ 173 mil. O motor elétrico permite circular em trechos curtos sem queimar combustível e ajuda a reduzir o consumo.

É o mesmo sistema disponível no sedã, e as semelhanças não se limitam a isso.

As três voltas pela pista de testes da fábrica de Sorocaba revelaram outros pontos em comum entre os Corollas. A versão híbrida não tem qualquer vocação esportiva –o foco está na eficiência energética. Mesmo assim, a suspensão bem ajustada permite contornar curvas sem sustos.

A cabine do Cross também parece com a do irmão de plataforma. A diferença está na posição mais elevada ao volante.

No banco traseiro e no porta-malas com 430 litros de capacidade, o utilitário esportivo tem dimensões internas menores que as do sedã – a exceção é a altura do teto, maior no SUV. Esse será um problema diante do argentino Volkswagen Taos, seu futuro concorrente. O modelo de origem alemã terá cabine ampla e 498 litros disponíveis para as bagagens.

Mas vale dizer que o Compass, modelo mais vendido do segmento,, faz sucesso embora não seja referência em espaço. O SUV produzido em Goiana (PE) muda em breve, e a principal novidade será o motor 1.3 turbo (180 cv), que começou a ser produzido em Betim (MG).

Os três carros formarão um segmento intermediário de SUVs ainda no primeiro semestre. Estarão posicionados entre os modelos compactos (Jeep Renegade, Volkswagen T-Cross, Nissan Kicks, Hyundai Creta, Honda HR-V, Citroën C4 Cactus, Renault Duster, entre outros) e os utilitários premium de maior porte e preço acima de R$ 200 mil, como VW Tiguan R-Line, Toyota RAV-4 e Peugeot 3008.

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