Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Gasolina cara e alta na venda de carros usados aumentam busca por GNV e manutenção automotiva

Oficinas de reparo e de vistoria registram crescimento na procura por serviços e filas de espera

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Alguns segmentos da indústria automotiva não estão reclamando da falta de carros no mercado, do encarecimento desses veículos e nem da disparada no preço dos combustíveis. São os negócios ligados à manutenção em geral e à instalação de kits GNV (gás natural veicular).

Com a falta de automóveis zero-quilômetro para pronta entrega devido às dificuldades nas linhas de produção, o mercado de usados segue aquecido. A alta acumulada em 2021 é de 31,5% em relação a igual período do ano passado.

Fiat Grand Siena GNV
Kit GNV (gás natural veicular) instalado no Fiat Grand Siena - Divulgação

Cerca de 8 milhões de unidades foram negociadas entre janeiro e outubro, segundo a Fenabrave (entidade que representa os distribuidores de veículos).

Se há venda de modelos usados, há demanda por vistorias. A rede de franquias Super Visão registra um crescimento de 39,4% na emissão de laudos para pessoa física. O dado se refere ao acumulado entre janeiro e setembro de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em nota, a empresa confirma que o crescimento está ligado ao aquecimento do mercado de carros usados. "A vistoria funciona como um garantidor desse processo, ou seja, quanto mais negociações desse tipo forem feitas, mais pessoas precisarão de um laudo."

Setores que fornecem produtos para oficinas e aftermarket também passam por um bom momento devido à procura por automóveis já rodados. Segundo levantamento feito pela Cinau (Central de Inteligência Automotiva), do grupo Oficina Brasil, o mercado de reposição acumula 8,7% de crescimento em 2021 (janeiro a julho) em relação à média histórica.

A Arteb, empresa que produz sistemas de iluminação automotiva, viu seu faturamento no aftermarket crescer 113% na comparação entre os nove primeiros meses de 2021 com igual período de 2020.

A movimentação faz empresas apostarem em produtos voltados à manutenção automotiva em oficinas. É o caso da fabricante de lubrificantes e aditivos Motul, que investe em uma linha de limpadores de motores e de caixas de transmissão.

Mas alguns negócios impulsionados pela venda de carros usados também sofrem com a falta de peças,. No início de agosto, 56% das oficinas ouvidas pela Cinau relataram ter dificuldades em encontrar componentes –o que atrasa o reparo dos carros e gera filas de espera.

O problema afeta ainda um segmento que também registra forte expansão: a conversão de carros para rodar com GNV (gás natural veicular).

De acordo com dados da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), foram realizadas mais de 160 mil instalações desses kits entre janeiro e setembro no Brasil. O número representa uma alta de 86% em relação ao mesmo período de 2021.

Um levantamento feito pela HDI Seguros mostra que oficinas especializadas em conversão de motores para GNV têm, em média, três semanas de fila de espera na cidade de São Paulo.

E essa procura também movimenta o setor de manutenção. Ao optar pelo gás natural veicular, o motorista precisará realizar inspeções anuais de segurança em oficinas especializadas.

"Os acidentes nos sistemas instalados aconteceram, comprovadamente, em veículos que não estavam regularizados ou com as inspeções periódicas em dia, além de não ter o selo de segurança GNV do Inmetro vigente", disse, em nota, Claudio Torelli, vice-presidente de relações institucionais da Abrac (Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade).

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