Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Um vírus chamado Trump

O governo americano informou que conduziu um exercício militar no qual simulou combates usando armas nucleares

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O governo americano informou que conduziu em seu território um exercício militar no qual simulou combates usando armas nucleares táticas, respondendo a um ataque russo. Esses exercícios são comuns, mas nunca haviam sido divulgados. Desta vez o próprio secretário da Defesa americano revelou ter participado do treinamento.

Há anos, sempre que a Coreia do Norte lança um míssil, bases americanas na Ásia respondem, lançando outro no mar, porém percorrendo uma distância igualmente intimidadora.

As armas nucleares táticas têm pouco a ver com a bomba de Hiroshima e por trás de sua doutrina está a ideia segundo a qual, se os russos jogassem uma bomba numa base americana na Europa, os americanos jogariam outra numa base russa, mas nenhum dos dois atacaria grandes cidades com mísseis intercontinentais. Desde os anos 1950 há quem duvide que seria possível evitar uma escalada.

Três presidentes americanos (John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon) recusaram-se a apertar o botão, mas não faltaram sugestões.

Está na rede o livro "The Bomb", do jornalista Fred Kaplan. Ele conta planos americanos capazes de tirar o sono. (Os segredos russos continuam blindados.)

Em 1961, um plano de guerra americano estimava que a União Soviética perderia 54% de sua população. Numa versão light, morreriam entre 500 mil e 1 milhão de russos. Se tudo desse certo, não morreriam americanos; dando errado, pereceriam sete em cada dez. "Numa guerra termonuclear, é fácil matar gente", escreveu o autor do plano.

Ia tudo bem, afinal guerra é guerra, até que o presidente Kennedy perguntou por que o plano previa ataques a alvos na China: "Pelo que eu entendi, essa guerra não começou lá".

"Isso é o que está no plano", respondeu o general que fazia a exposição.

Em 1989, quando parlamentares perguntaram a um general por que os Estados Unidos precisavam de 10 mil bombas, ele respondeu que elas eram necessárias porque existiam 10 mil alvos. Houve quem achasse que ele estava brincando.

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