Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Lula só resolveu parte fácil do quebra-cabeça de ministros

Só nas próximas semanas vai-se saber se governo terá arco das forças democráticas que barraram Bolsonaro

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Lula anunciou os nomes de cinco ministros. Dois são petistas (Haddad e Rui Costa). Um, Mauro Vieira, é mais do mesmo, pois foi chanceler de Dilma Rousseff.

Faltam os demais. Por enquanto o presidente eleito resolveu a parte fácil do quebra-cabeça. Atendeu (e desatendeu) desejos de seu partido.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanhado do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PT) e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, apresenta seus primeiros ministros no teatro do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede do governo de transição, em Brasília - Pedro Ladeira - 9.dez.22/Folhapress

Só nas próximas semanas vai-se saber se Lula está a caminho do terceiro mandato com a ideia de um governo formado pelo arco das forças democráticas que barraram a reeleição de Jair Bolsonaro ou o que se passou a chamar de "frente ampla". As duas coisas parecem ser a mesma coisa, mas não são.

O arco foi simbolizado por Simone Tebet quando ela anunciou, em junho, que no segundo turno estaria no palanque da democracia. A chamada frente ampla formou-se depois e engordou até chegar à obesidade da cena desta segunda-feira, na cerimônia da diplomação.

O arco e a frente diferenciam-se pela extensão da pluralidade. Tebet pensa diferente de Lula em muitas questões. Já muitos dos matriculados na frente pensam cada vez mais como ele (e os seus sucessores).

O arco permitiu a formação do ambiente que derrotou Bolsonaro. Foi o alicerce da frente que elegeu Lula.

Como não se sabe quais serão os novos nomes, tudo o que se pode querer é que passem por um teste. Basta tentar lembrar a qualificação do novo ministro para o cargo em que será colocado. Quando não houver explicação, virá o cheiro de queimado.

Piada pronta

A Câmara produziu uma triste piada. Aprovou a prorrogação do incentivo dado a quem instala painéis de energia solar. Um passo no estímulo à geração de energia limpa.

No mesmo projeto, enfiaram um jabuti que incentiva a instalação de usinas térmicas, fonte de poluição.
Nada em segredo, tudo às claras.

A promessa no muro

Durante a campanha eleitoral, Lula prometeu várias vezes criar uma Autoridade Climática para tratar as várias questões do meio ambiente. Seria um organismo que cuidaria do que se poderia chamar da grande política climática, livre do varejo das licenças, garimpos e queimadas.

A ideia era boa, mas está subindo no muro, por motivos ruins e banais.

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