Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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A estatal do trem-bala é imortal

A ideia aos poucos foi virando poeira, mas ninguém acabou com a companhia

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Marcelo Guerreiro Caldas, ex-diretor da Infra S.A., foi afastado do conselho de administração da estatal, acusado de ter apresentado um diploma falso para assumir o cargo.

Maganos com diplomas esquisitos fazem parte da vida, mas o doutor Marcelo jogou luz sobre a existência da empresa. Em burocratês, ela é uma "empresa pública que nasce da junção da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e é responsável por obras ferroviárias, planejamento e estruturação de projetos para o setor de infraestrutura de transportes".

Obras da ferrovia Norte-Sul, de responsabilidade da estatal Valec, em Anápolis (GO) - Pedro Ladeira - 11.mai.17/Folhapress

Traduzindo, a Infra é um avatar do trem-bala que ligaria o Rio a São Paulo em poucas horas. A ideia do trem surgiu em 1996, encorpou dez anos depois e, aos poucos, foi virando poeira. O presidente da Valec, estatal que cuidaria de sua construção, passou algum tempo na cadeia por outros malfeitos. Morto o projeto do trem, seus interesses burocráticos reencarnaram-se na EPL. Do seu casamento com a Valec, surgiu a Infra.

Em quase 30 anos o Brasil teve governos de centro, de esquerda e de direita. Durante quatro anos, o ministro Tarcísio de Freitas ficou na pasta da Infraestrutura e elegeu-se governador de São Paulo. Só não conseguiu acabar com a estatal do trem-bala.

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