Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Manutenção de Juscelino no ministério mostra poder de Lira

Bastou deputado dizer que governo não tem base parlamentar para conter o discurso moralizante de Lula

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A manutenção do deputado Juscelino Filho no ministério das Comunicações mostrou o tamanho do poder do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Lula e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em Brasília - Pedro Ladeira - 29.dez.22/Folhapress

Ele se limitou a dizer que o governo não tem base parlamentar para aprovar as reformas que anuncia. Foi o suficiente para conter o discurso moralizante de Lula.

Nesse ritmo, Lira só aprovará uma reforma tributária se for restabelecido o regime de capitanias hereditárias.

Há algo no ar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete um ciclo de crescimento da economia. Talvez ele venha. No entanto na economia real a sorte lhe tem faltado.

Desde o início do governo, sem que ele tenha responsabilidade por isso, a rede varejista Americanas foi à breca e a operadora de planos de saúde Hapvida perdeu metade do seu valor de mercado.

No caso da Americanas é impossível que a bolsa da Viúva seja atacada. No caso das operadoras de saúde é bastante provável que a Boa Senhora seja chamada a socorrer empresas afrouxando regras que protegem os cidadãos.

Resta saber como será empacotada a mágica.

O (mau) exemplo americano

É verdade que a legislação americana é bastante severa com relação aos mimos oferecidos a servidores, mas quando um presidente quer, as normas vão para o espaço.

Em 1982, o presidente americano Ronald Reagan esteve em Brasília, visitou o Palácio da "Alvarado", comparou-o à sede de uma companhia de seguros e gostou de um cavalo de seu colega João Figueiredo. Chamava-se Giminich.

Nos registros oficiais, Reagan deu a Figueiredo uma escultura de um vaqueiro (vendida mais tarde por R$ 1.000) e ganhou apenas uma peça de bronze de Bruno Giorgi e uma toalha de rendas.

Fora dos registros, o cavalo Giminich valia muito mais que os US$ 150 fixados pela lei.

Ele foi mandado para Washington a título de empréstimo. Lá morreu, de velhice.

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