A manutenção do deputado Juscelino Filho no ministério das Comunicações mostrou o tamanho do poder do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Ele se limitou a dizer que o governo não tem base parlamentar para aprovar as reformas que anuncia. Foi o suficiente para conter o discurso moralizante de Lula.
Nesse ritmo, Lira só aprovará uma reforma tributária se for restabelecido o regime de capitanias hereditárias.
Há algo no ar
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete um ciclo de crescimento da economia. Talvez ele venha. No entanto na economia real a sorte lhe tem faltado.
Desde o início do governo, sem que ele tenha responsabilidade por isso, a rede varejista Americanas foi à breca e a operadora de planos de saúde Hapvida perdeu metade do seu valor de mercado.
No caso da Americanas é impossível que a bolsa da Viúva seja atacada. No caso das operadoras de saúde é bastante provável que a Boa Senhora seja chamada a socorrer empresas afrouxando regras que protegem os cidadãos.
Resta saber como será empacotada a mágica.
O (mau) exemplo americano
É verdade que a legislação americana é bastante severa com relação aos mimos oferecidos a servidores, mas quando um presidente quer, as normas vão para o espaço.
Em 1982, o presidente americano Ronald Reagan esteve em Brasília, visitou o Palácio da "Alvarado", comparou-o à sede de uma companhia de seguros e gostou de um cavalo de seu colega João Figueiredo. Chamava-se Giminich.
Nos registros oficiais, Reagan deu a Figueiredo uma escultura de um vaqueiro (vendida mais tarde por R$ 1.000) e ganhou apenas uma peça de bronze de Bruno Giorgi e uma toalha de rendas.
Fora dos registros, o cavalo Giminich valia muito mais que os US$ 150 fixados pela lei.
Ele foi mandado para Washington a título de empréstimo. Lá morreu, de velhice.
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