Os institutos de pesquisa estão batendo as pranchetas nas paredes tentando entender o que houve de errado nos levantamentos feitos antes das eleições. Com as disparidades entre os resultados do primeiro turno e os das pesquisas, estudiosos estão revendo as metodologias para não repetir a diferença de até dez pontos entre as previsões e o resultado final.
Para não morrer na margem de erro, os institutos estão investindo em diferentes tipos de pesquisa e aprimorando as técnicas de levantamento de dados. Dessa forma, podem entender melhor a cabeça do cidadão brasileiro, que é mais complicada de decifrar do que a finitude do Universo, a teoria das cordas e os posts de Carlos Bolsonaro.
Um levantamento mais apurado concluiu que 25% dos eleitores têm vergonha de dizer que vão apertar 22, o chamado "bolsonarismo que não sai do armário". Alguns preferem dizer que têm outros compromissos, como estudar para o exame de sangue ou lavar o peixe, do que comparecer à sessão eleitoral.
Já 15% dos entrevistados mudam de ideia constantemente e, a cada dia ou minuto, amam ou odeiam Bolsonaro, no chamado "bolsonarismo sanfona". Um exemplo é o vereador Fernando Holiday, cabo eleitoral do presidente que, outro dia, o chamou de "jumento e corrupto".
Dos 10% que decidiram votar no Bolsonaro, metade optou pela política liberal de Paulo Guedes, que consiste em liberar bilhões para um orçamento secreto que desvia verbas públicas para fins políticos e eleitoreiros.
E 35% defendem a mão invisível do mercado para fazer cafuné nos ricos e esbofetear os pobres. Outros 20% dos eleitores preferem que a única coisa visível seja o flagelo da fome.
Dos homens que votaram em Bolsonaro, um terço defende os valores conservadores da família e do casamento, que consiste em conservar outras duas famílias escondidas fora do casamento. Quase metade deles são contra o aborto, já que não precisam abortar seus filhos, só desaparecer de suas vidas.
Por último, das 45% das pessoas que dizem votar em Bolsonaro no segundo turno, 30% são pessoas de fato. As outras estão mortas por dentro.
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