Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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Flávia Boggio

Novas pesquisas eleitorais esbarram em bolsonarismo que não sai do armário

Apoiadores do presidente defendem mão invisível do mercado para fazer cafuné nos ricos e esbofetear os pobres

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Os institutos de pesquisa estão batendo as pranchetas nas paredes tentando entender o que houve de errado nos levantamentos feitos antes das eleições. Com as disparidades entre os resultados do primeiro turno e os das pesquisas, estudiosos estão revendo as metodologias para não repetir a diferença de até dez pontos entre as previsões e o resultado final.

Para não morrer na margem de erro, os institutos estão investindo em diferentes tipos de pesquisa e aprimorando as técnicas de levantamento de dados. Dessa forma, podem entender melhor a cabeça do cidadão brasileiro, que é mais complicada de decifrar do que a finitude do Universo, a teoria das cordas e os posts de Carlos Bolsonaro.

Na Ilustração de Galvão Bertazzi, temos um entrevistador confuso. Ele usa óculos, segura uma caneta e uma prancheta de respostas e está diante de um entrevistado, um tanto confuso. Sobre a cabeça do entrevistado outras três cabeças pairam uma sobre as outra, como se fossem pensamentos confusos e indecisos. Ao fundo temos a silhueta de uma grande cidade, e pelo chão estão espalhadas várias outras cabeças perdidas, esboçando diferentes emoções.
( Foto: Divulgação )
Ilustração de Galvão Bertazzi para a coluna de Flávia Boggio - Divulgação


Um levantamento mais apurado concluiu que 25% dos eleitores têm vergonha de dizer que vão apertar 22, o chamado "bolsonarismo que não sai do armário". Alguns preferem dizer que têm outros compromissos, como estudar para o exame de sangue ou lavar o peixe, do que comparecer à sessão eleitoral.

Já 15% dos entrevistados mudam de ideia constantemente e, a cada dia ou minuto, amam ou odeiam Bolsonaro, no chamado "bolsonarismo sanfona". Um exemplo é o vereador Fernando Holiday, cabo eleitoral do presidente que, outro dia, o chamou de "jumento e corrupto".

Dos 10% que decidiram votar no Bolsonaro, metade optou pela política liberal de Paulo Guedes, que consiste em liberar bilhões para um orçamento secreto que desvia verbas públicas para fins políticos e eleitoreiros.


E 35% defendem a mão invisível do mercado para fazer cafuné nos ricos e esbofetear os pobres. Outros 20% dos eleitores preferem que a única coisa visível seja o flagelo da fome.

Dos homens que votaram em Bolsonaro, um terço defende os valores conservadores da família e do casamento, que consiste em conservar outras duas famílias escondidas fora do casamento. Quase metade deles são contra o aborto, já que não precisam abortar seus filhos, só desaparecer de suas vidas.

Por último, das 45% das pessoas que dizem votar em Bolsonaro no segundo turno, 30% são pessoas de fato. As outras estão mortas por dentro.

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