Cerca de 200 mil endereços continuam sem energia elétrica, após tempestades que atingiram a região metropolitana de São Paulo, na sexta-feira (3).
Os prejuízos são inestimáveis, com moradores no escuro, negócios fechados e perda de toneladas de alimentos perecíveis.
Se dá para colher algum fruto dessa crise, é que o paulistano finalmente descobriu quem é o prefeito da cidade.
Como o Mestre dos Magos da Caverna do Dragão, com a diferença que não traz nenhuma saída do inferno em que vive o paulistano, o prefeito culpou o governo estadual por não fiscalizar a Enel. A concessionária culpou os ventos, que derrubaram as árvores.
Já Tarcísio de Freitas culpou a prefeitura por não cortar as árvores, em um jogo de batata quente que, no final, quem se queima é o cidadão comum.
Como solução, o governador planeja, junto com a Sabesp e a CPTM, privatizar as árvores e os ventos. O paulistano terá que pagar uma taxa extra para se sentar embaixo de uma mangueira ou sentir uma brisa no rosto.
Tarcísio também vai criar o programa "Azuleja São Paulo", no qual vai colocar piso de porcelanato em todo o estado, transformando-o em uma grande kitnet da Barra da Tijuca.
O presidente da Enel SP, Max Xavier Lins, disse que era impossível prever a magnitude do temporal. Realmente, fica difícil prever uma tempestade em uma cidade com histórico de tempestades.
Também foi difícil prever que demitir 35% dos funcionários e dobrar os lucros poderia prejudicar a qualidade do serviço. Um presidente de empresa jamais poderia imaginar isso.
A Enel garantiu que a energia voltaria no início da semana. Na segunda-feira, garantiu que não garante nada.
Aproveitando-se da situação, a Globo já iniciou a gravação do reality show "No Limite". "Esqueça desertos e selvas. O ambiente mais inóspito para sobreviver é São Paulo", disse Boninho.
Os participantes serão colocados em casas na periferia e terão que sobreviver a enchentes, tempestades e falta de luz.
O maior desafio será manter alimentos perecíveis sem estragar por dias, sem energia elétrica, enquanto se locomove no trânsito caótico por causa das chuvas. Ganha quem se mantiver vivo até o final.
O programa estreia em janeiro, mas os paulistanos não poderão assistir, já que ainda estarão sem energia elétrica.
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