Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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Flávia Boggio

Após caos elétrico, Globo lança reality 'No Limite' em São Paulo

Paulistanos não poderão assistir, pois ainda estarão sem energia elétrica

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Cerca de 200 mil endereços continuam sem energia elétrica, após tempestades que atingiram a região metropolitana de São Paulo, na sexta-feira (3).

Os prejuízos são inestimáveis, com moradores no escuro, negócios fechados e perda de toneladas de alimentos perecíveis.

Se dá para colher algum fruto dessa crise, é que o paulistano finalmente descobriu quem é o prefeito da cidade.

Como o Mestre dos Magos da Caverna do Dragão, com a diferença que não traz nenhuma saída do inferno em que vive o paulistano, o prefeito culpou o governo estadual por não fiscalizar a Enel. A concessionária culpou os ventos, que derrubaram as árvores.

Já Tarcísio de Freitas culpou a prefeitura por não cortar as árvores, em um jogo de batata quente que, no final, quem se queima é o cidadão comum.

Como solução, o governador planeja, junto com a Sabesp e a CPTM, privatizar as árvores e os ventos. O paulistano terá que pagar uma taxa extra para se sentar embaixo de uma mangueira ou sentir uma brisa no rosto.

Na ilustração de Galvão Bertazzi temos uma mulher, sentada no chão de seu apartamento escuro e sem luz. Ela está encostada na parede e segura uma vela com os braços levantados. Uma geladeira ao seu lado está vazando alimentos descongelados e apodrecidos. Atrás dela uma janela que mostra a cidade a noite. Tudo está escuro.
Ilustração de Galvão Bertazzi para coluna de Flávia Boggio de 8 de novembro de 2023 - Galvão Bertazzi/Folhapress

Tarcísio também vai criar o programa "Azuleja São Paulo", no qual vai colocar piso de porcelanato em todo o estado, transformando-o em uma grande kitnet da Barra da Tijuca.

O presidente da Enel SP, Max Xavier Lins, disse que era impossível prever a magnitude do temporal. Realmente, fica difícil prever uma tempestade em uma cidade com histórico de tempestades.

Também foi difícil prever que demitir 35% dos funcionários e dobrar os lucros poderia prejudicar a qualidade do serviço. Um presidente de empresa jamais poderia imaginar isso.

A Enel garantiu que a energia voltaria no início da semana. Na segunda-feira, garantiu que não garante nada.

Aproveitando-se da situação, a Globo já iniciou a gravação do reality show "No Limite". "Esqueça desertos e selvas. O ambiente mais inóspito para sobreviver é São Paulo", disse Boninho.

Os participantes serão colocados em casas na periferia e terão que sobreviver a enchentes, tempestades e falta de luz.

O maior desafio será manter alimentos perecíveis sem estragar por dias, sem energia elétrica, enquanto se locomove no trânsito caótico por causa das chuvas. Ganha quem se mantiver vivo até o final.

O programa estreia em janeiro, mas os paulistanos não poderão assistir, já que ainda estarão sem energia elétrica.

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