Câmara de São Paulo aprova abertura de CPI da Enel

Problemas com o serviço prestados pela concessionária uniram oposição e situação; outra apuração está em andamento na Alesp

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São Paulo

Os vereadores de São Paulo aprovaram requerimento e vão instaurar na quinta-feira (9) uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o serviço prestado pela concessionária de energia Enel.

Desde sexta (3), após a falta de energia deixar 3,7 milhões de clientes sem luz, vereadores como João Jorge, líder da bancada do PSDB, Sandra Tadeu (União Brasil), Major Palumbo (PP) e Luna Zarattini (PT) ingressaram com o pedido de CPI.

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Falta de energia elétrica afetou inúmeros bairros em São Paulo desde sexta (4) - Zanone Fraissat - 4.nov.2023/ Folhapress

O tema atraiu vereadores da base e da oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). Para a situação, a CPI é uma contribuição para blindar a gestão municipal dos estragos causados pela tempestade do final de semana.

"O problema do clima aconteceu na sexta-feira. Sexta, sábado, domingo, segunda e terça. Hoje, no quinto dia, ainda existem 200 mil pontos sem energia elétrica", declarou João Jorge.

A presidência ficará com Jorge, enquanto o relator será definido até quinta. Ao todo são sete membros com: Thammy Miranda (PL), Senival Moura (PT), Milton Ferreira (Podemos), Ricardo Teixeira (União Brasil), Jorge Wilson (Republicanos) e Elaine Mineiro (PSOL), além de Jorge (PSDB).

Arselino Tatto (PT) criticou o fato de a CPI ser presidida por um vereador alinhado ao governo. "A vereadora Luna deveria presidir. Não pode o Legislativo ficar de joelhos ao Executivo", reclamou Tatto.

A vereadora petista foi uma das que pediu a CPI e tinha a expectativa de compor a comissão. "A aprovação da CPI da Enel é essencial para investigar os responsáveis do apagão na cidade de São Paulo. A oposição quer espaço relevante na CPI para garantir as investigações e trazer respostas a população que já não aguenta mais este descaso", disse Luna.

No colégio de líderes na terça, Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal, chegou a fazer apelo aos líderes de bancadas para instalar a CPI até quinta.

"Faço um apelo às bancadas, que após a votação da Comissão Parlamentar de Inquérito no dia de amanhã, façamos as indicações pelas bancadas dos membros que irão compor a referida CPI", disse Leite, responsável por ditar o ritmo da Casa.

A instalação deve ocorrer nesta quinta, às 13h, no plenário. A comissão terá um prazo de 120 dias para investigar a atuação da Enel.

No requerimento, João Jorge citou as recentes queda de energia, a demora no religamento, os prejuízos aos moradores, notícias sobre a redução do quadro de funcionários, além do convênio entre Enel e prefeitura para que a concessionária remova árvores em contato com a rede elétrica.

Nunes disse à Folha, na terça, que a prefeitura vem cobrando a Enel desde 2020 para que pode 3.690 árvores.

Esta deverá ser a segunda CPI que envolve a Enel. Na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), há uma em andamento desde maio deste ano. Nesta terça, a comissão dos deputados estaduais aprovou a convocação de Max Xavier Lins, diretor da empresa em São Paulo, e do executivo da Enel no Brasil, Nicola Cotugno.

Também foi aprovado convite para prefeitos de 24 de cidades atendidas pela Enel no estado, inclusive o prefeito de São Paulo.

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