Descrição de chapéu Sabesp

Oposição entra com mandado de segurança para barrar privatização da Sabesp

Deputados questionam vício de origem da proposta, que foi enviada como projeto de lei comum em vez de PEC

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São Paulo

Deputados estaduais de oposição ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) protocolaram nesta quarta-feira (8) um mandado de segurança no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) para barrar a tramitação do projeto de lei da privatização da Sabesp.

Capitaneada pelo deputado Emidio de Souza (PT), a ação coletiva questiona um suposto "vício de inconstitucionalidade" da proposta, que foi enviada à Alesp pelo Governo de São Paulo como projeto de lei comum. Para a oposição, a desestatização da companhia precisa ser feita via PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

O documento teve apoio de 22 parlamentares do PT, PSOL e PCdoB.

O deputado Emidio de Souza (PT) em evento em São Paulo
O deputado Emidio de Souza (PT) em evento em São Paulo - Ronny Santos - 29.mai.2023/Folhapress

Procurado para comentar, o Governo de São Paulo não respondeu até a publicação deste texto.

A minuta do mandado de segurança, à qual a Folha teve acesso, baseia-se no argumento de que a Constituição estadual prevê que o serviço de água e esgoto será prestado por empresa pública de saneamento. Nessa lógica, privatizar exigiria mudar o texto constitucional, o que exige votos de três quintos da Casa —em vez de maioria simples no caso de um PL.

A interpretação parte do artigo 216 da Constituição paulista, que fala que o governo instituirá um plano plurianual de saneamento estabelecendo as diretrizes e os programas para as ações nesse campo.

"O Estado assegurará condições para a correta operação, necessária ampliação e eficiente administração dos serviços de saneamento básico prestados por concessionária sob seu controle acionário", diz o segundo parágrafo.

O Governo de SP, contudo, não vê no trecho um impedimento constitucional para privatização de companhias de saneamento, apenas a determinação de que o estado preste um bom serviço caso seja o responsável pela operação.

Já a oposição vê vício de inconstitucionalidade.

"A norma destacada estipula que o Estado tem a responsabilidade de assegurar que os serviços de saneamento básico, prestados por empresa concessionária sob seu controle acionário e não sob o controle acionário de terceiros, sejam executados de forma apropriada, permitindo sua expansão quando necessário e garantindo uma gestão eficaz", diz trecho do pedido.

Com isso, o documento requere a imediata suspensão da tramitação do projeto de lei, além da manifestação do Ministério Público.

O mandado de segurança vem em meio a uma tentativa de aliados do governador em agilizar o processo legislativo. Conforme publicado pela coluna Painel nesta terça (7), a base de Tarcísio na Alesp articula para acelerar a tramitação do projeto de privatização da Sabesp.

O presidente da Alesp, André do Prado (PL), convocou o chamado congresso de comissões, que reúne várias comissões temáticas da assembleia para deliberar sobre o projeto rapidamente, em vez de deixá-lo tramitar individualmente em cada uma delas.

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