Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Hélio Schwartsman
Descrição de chapéu câncer

A vingança dos baixinhos

Temos uma pegada ambiental menor, o que é bom para o planeta e para a sociedade

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Já escrevi aqui sobre a mais surpreendente das discriminações estruturais, que é aquela contra baixinhos, categoria em que, com meu 1,71 m, tenho lugar de fala.

Trabalhos feitos nos EUA mostram que, dentre os CEOs das maiores empresas, 58% tinham mais de seis pés (1,83 m), contra apenas 14,5% na população geral. Pior, cada polegada (2,54 cm) a mais de altura representa um incremento de cerca de mil dólares no salário anual de um trabalhador. Estudos realizados em outras partes do mundo apontaram tendência semelhante.

É possível que a disparidade salarial reflita qualidades dos mais altos, como melhores genes, boa alimentação na infância etc, mas também é possível que ela se deva a preconceitos implícitos, que as pessoas nem sequer se dão conta de que têm. Combinações dos dois não estão descartadas.

Multidão em feira do estado de Carolina do Norte, nos EUA - Allison Joyce - 11.jun.22/AFP

A vingança, porém, é um prato que se come frio. Esta semana, navegando pelo "New York Times", trombei com um saboroso artigo da escritora e baixinha (1,52 m) Mara Altman, em que ela sustenta que os tempos mudaram. Se, no passado darwiniano, em que enfrentávamos fisicamente bestas e bandos rivais, a maior estatura era vantajosa, hoje ser pequeno é que traz melhores resultados. Os baixinhos têm uma pegada ambiental menor, o que é bom para o planeta e para a sociedade. E não é só. O que para mim foi novidade são os vários estudos que mostram que os baixinhos também vivem mais e têm menos câncer.

A própria discrepância entre os sexos em longevidade (mulheres vivem mais) pode estar relacionada ao fato de que mulheres são menores que homens. A diferença média na altura é de 8%, e, na longevidade, de 7,9%.

Ainda mais interessante, a menor propensão ao câncer tem como possível explicação o fato de que pessoas menores têm menos células para cometer erros de divisão e dar início a processos malignos.
Pense nos menores salários dos baixinhos como uma espécie de plano de saúde.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.