Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Depois de bons jogos, os dois da Libertadores decepcionaram

Infelizmente não há como crer que o jogo de volta vá além da tensão competitiva

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Não se pode mesmo elogiar.

A rara leitora e o raro leitor são testemunhas de que leram aqui duas colunas agradavelmente surpresas com bons jogos do Campeonato Brasileiro depois da Copa América.

Parecia que treinadores e jogadores haviam acordado para a necessidade de ir além dos resultados e agradar quem paga para ir aos estádios ou ver melhores espetáculos na TV. O que ajudou a criar enorme expectativa para as partidas de ida das quartas de final da Libertadores entre quatro gigantes do futebol nacional. Pois eis que a frustração acabou diretamente proporcional ao que se esperava. Tanto Grêmio x Palmeiras quanto Flamengo x Internacional deixaram, e muito, a desejar.

Pelas quartas de final da Libertadores, Grêmio e Palmeiras deixaram o jogo truncado e com poucas emoções. - Diego Vara/Reuters

Claro que alviverdes e rubro-negros discordarão diante dos resultados obtidos na Arena Grêmio e no Maracanã --47 mil torcedores em Porto Alegre, 76 mil no Rio de Janeiro. Mais de 123 mil pessoas viram maus jogos e mereciam mais.

Tirante o golaço de Gustavo Scarpa na vitória alviverde e os dois gols de Bruno Henrique na rubro-negra, o que mais se viu? O Grêmio em casa com exasperante tico-tico e o Inter com irritante covardia fora de casa.

O Palmeiras com o jogo nas mãos correndo o risco de vê-lo escapar graças ao estilo bolsominion de ser de Felipe Melo, expulso pela segunda vez seguida, por mais que seja boa notícia para os palmeirenses sensatos vê-lo fora do jogo de volta.

E o Flamengo incapaz de chutar ao gol adversário no segundo tempo até abrir o placar aos 30 minutos.

Convenhamos, é muito pouco para tanta expectativa, e tantos torcedores, em torno de ambos os embates. Se compararmos as atuações dos quatro brasileiros com a do Boca Juniors, na altitude de Quito, no 3 a 0 que impôs sobre a LDU, constataremos a enorme diferença, embora o time equatoriano tenha ficado com dez jogadores durante toda segunda etapa quando sofreu dois gols.

Está posta a enorme possibilidade de que venhamos a ter semifinais entre Flamengo e Palmeiras, exatamente os dois elencos milionários de nosso futebol. OK, nada de botar o carro adiante dos bois porque tanto o Grêmio quanto o Inter podem virar os placares, embora seja improvável.

No Pacaembu, na terça (27), os tricolores gaúchos haverão de suar sangue para vencer a defesa que ninguém passa, novamente cheia de confiança. Infelizmente não há motivo para esperar que o jogo vá além da tensão competitiva do chamado espírito (pobre) da Libertadores.

No dia seguinte, no Beira-Rio, dá para imaginar coisa melhor. Porque o Inter terá de abandonar a covardia e agredir o Flamengo com seu montão de jogadores decisivos e bastará um gol carioca para obrigar os gaúchos a fazerem quatro.

Se o futebol não pregar nenhuma de suas tradicionais peças, teremos as finais da Copa do Brasil e semifinais da Libertadores como foram aqui propostas em coluna passada: Gre-Nal no torneio nacional e Flamengo x Palmeiras no continental.

Guerra no sul entre chimangos e maragatos, mais transpiração que inspiração. Possibilidade de refinamento no embate entra cariocas e paulistas, principalmente da parte vermelha e preta que da verde e branca.

Aguardemos com otimismo moderado. O entusiasmo aqui demonstrado talvez tenha sido precipitado. Ou mera revelação de desejo, aquilo que os ingleses chamam de "wishful thinking".

Como se fala "wishful thinking" em português?

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