Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Palmas para o Flamengo, novo heptacampeão brasileiro

Reservas do rubro-negro venceram Grêmio e titulares do Palmeiras empataram com Bahia

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O prognóstico mais razoável era o de que o Flamengo, com oito reservas, perdesse para o Grêmio, em Porto Alegre.

E que os titulares do Palmeiras ganhassem do Bahia, na Arena Fonte Nova em Salvador.

Aconteceu quase o inverso.

Palmas para o novo heptacampeão brasileiro, porque aqui não cabe dúvida sobre o título nacional de 1987, e apupos para o Palmeiras.

Porque o Flamengo ganhou do Grêmio, embora com pênalti malandro, 1 a 0, e o Palmeiras só empatou, 1 a 1, depois de mau primeiro tempo e segundo bom, mas insuficiente pelo simples detalhe de que a bola insistiu em entrar apenas uma vez, mesmo que o time tenha feito para que entrasse, no mínimo, duas vezes.

A diferença, que permitirá ao Flamengo ser campeão já na próxima rodada se o Palmeiras não vencer o Grêmio, esteve nas posturas de líder e vice-líder do Campeonato Brasileiro.

Se os cariocas dominaram o Grêmio em Porto Alegre durante o primeiro tempo inteiro, os paulistas foram dominados pelo Bahia até o intervalo. Se havia um time que poderia não vencer, era o rubro-negro, mas o alviverde demorou para se dar conta disso, com atitude incompreensível.

Por impossível que parecesse, o torcedor merece a ilusão.

Que acabou com o hepta, como Galvão Bueno anunciaria.

A fraqueza da seção

Perder para a Argentina, com Lionel Messi em campo e fazendo gol, jamais será vergonhoso para qualquer time.

Jogar tão mediocremente como na derrota por 1 a 0 em Riad, sim, mesmo sem Neymar.  O jogo revela o baixo-astral em que Tite mergulhou desde a traumática derrota para a Bélgica na Copa da Rússia quando, reitere-se, a seleção brasileira jogou bem.

A rara leitora e o raro leitor poderão achar um exagero fruto de má vontade imputar o desalento, que beira à depressão, à convivência do técnico com seus chefes na entidade que desgoverna o futebol brasileiro.

Passada a lua de mel das eliminatórias, o casamento de Tite, que começou com o banido Marco Polo que não viaja, e seguiu forçado com Rogério Caboclo e seus asseclas, cobra o preço impagável da convivência com maus hábitos de gestão e planejamento voltado apenas aos cofres de quem agenda amistosos em gramados ruins ou estádios acanhados.

Não será uma vitória, se vier, contra a Coreia do Sul, em 39º lugar no ranking da Fifa, que apagará a péssima impressão.

A força do San-São

O que faltou ao Santos para liquidar o clássico que dominou por todo o primeiro tempo tem apenas 1.60 m, é venezuelano e se chama Soteldo, punido pelo desrespeito da CBF às datas Fifa.

O que sobrou ao São Paulo no segundo tempo foi uma força de vontade que andou faltando nas duas derrotas seguidas sofridas no Morumbi.

O 1 a 1 terminou justo, embora com sabor de frustração para os donos da Vila Belmiro.

Oportunismo do gaúcho

Renato Portaluppi é candidato natural à sucessão de Tite, seja agora, seja mais adiante.

E o técnico gaúcho, desnecessário dizer, tem todo direito de externar sua visão política e é muito bom que o faça.

Tosco, porém, apostou na submissão dos cartolas da Casa Bandida do Futebol ao convidar Jair Bolsonaro à Arena do Grêmio e perdeu a unanimidade junto ao torcedor tricolor em tempos de Gre-Nal político.

Porque, embora pareça dividir a presidência do clube com Romildo Bolzan, usurpou o direito do convite que cabe ao presidente gremista.

De bombachas, deu bom dia a cavalo.

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