Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Doria e Covas tentam acertar na pandemia mas, sem comando, não passam de birutas

E São Paulo, tanto na capital quanto no interior, bate recordes de mortes e infectados

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O presidente da República, além de genocida, tem liderança sobre seu rebanho, embora com baixas diárias entre os negacionistas vítimas do vírus.

O governador e o prefeito, por marquetagem eleitoral, ou pelo que restou de humanismo herdado do avô, tentam acertar, mas, sem comando, não passam de birutas, quase ninguém os obedece.

E São Paulo, tanto na capital quanto no interior, bate recordes de mortes e infectados, vacinação a passos de cágado, apesar do heroico esforço do pessoal do SUS.

A ponto de alguns clubes de futebol que participam do Paulistinha, entre eles o São Paulo, cogitarem do absurdo de ir aos tribunais contra a paralisação do campeonato. Alistam-se entre os negacionistas, como se o protocolo da FPF tivesse mais credibilidade que o Centro de Contingência do Coronavírus do estado, composto por alguns dos principais cientistas do país.

É como se o Dunga, Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo se reunissem para se insurgir contra os métodos de Carlo Ancelotti, Jürgen Klopp e Pep Guardiola.

Ou como se Ganso, Luan e Pato orientassem Lewandowski, Mbappé e Messi.

Se o genocida foi magistralmente descrito pelo psiquiatra forense Guido Palomba nesta Folha, na quarta-feira (17), em seu artigo “Jair Messias e o ‘pai dos psicopatas’”, o governador paulista e o prefeito paulistano concorrem para ver quem ganha a corrida da incompetência que desmoraliza a vontade de acertar.

O pior é que não é de hoje que ambos só concordam em torcer pelo Santos, porque o alcaide há mais de um ano se queixa da espuma feita pelo ocupante do Palácio dos Bandeirantes —até o acusa de roubar suas ideias e apresentá-las como se fossem dele. E o que estava abafado entre tucanos agora vem à luz, com o trancamento na capital e o temor de superlotação nas cidades do litoral e do interior pelo feriadão.

Tudo porque falta liderança, carisma, autoridade para ambos convencerem ao menos seus eleitores sobre a necessidade de ficar em casa.

A ponto de até a cartolagem do futebol cogitar confrontá-los, atitude inédita da parte de quem vive a bajular o poder.

Que fase!, como diria Milton Leite.

Desenhemos, novamente: a questão sobre a transmissão da doença dentro de campo é o menor dos problemas. O busílis está nas inevitáveis aglomerações causadas pelo futebol num país que ainda tem quem siga o genocida.

Muito mais adoradores da morte do que imaginávamos três anos atrás, além, é claro, dos que se locupletam com a miséria alheia.

Prata e Malta

Antonio Prata, com a graça que só ele tem, prometeu ao nosso leitor Paulo Malta mais piano e menos inferno.

Malta não é da turma negacionista, mas se queixou da Tati Bernardi, do Prata e de mim por andarmos tocando uma nota só.

Prata considera o bauru do Ponto Chic o melhor sanduíche do mundo e há de saber da morte do dono da tradicional lanchonete. Ele desobedeceu a quarentena e foi mais uma das quase 300 mil vítimas da Covid-19.

Gostaria de homenagear Malta como Prata diz que fará e ser mais leve.

Gostaria, embora não consiga, até em respeito ao falecimento do empresário José Carlos Alves de Souza, 71, talvez enganado pelo descaso do genocida diante da pandemia.

Prata promete menos bomba e mais salame.

Souza nunca mais comerá seu bauru, com rosbife, tomate, pepino, queijos prato, gouda, suíço e estepe em pão francês.

Uma lástima.

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