Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Fábio Carille volta a Itaquera para fazer o Corinthians provar de seu veneno

Filho avarento, técnico senta no banco do estádio contra clube que o consagrou

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Fábio Carille vai se sentar pela primeira vez no banco do estádio de Itaquera contra o clube que o consagrou como campeão brasileiro de 2017, o heptacampeonato do Corinthians.

Você se lembra como foi a campanha corintiana?

Pois eis que o time ficou invicto durante todos os 19 jogos do primeiro turno e só perdeu no 21º jogo.

Sofreu uma queda no segundo turno, mas terminou campeão com três rodadas de antecedência.

E por que chamar Carille de avarento?

Treinador gesticula de braços abertos na beira do gramado
Fábio Carille no comando do Santos pelo Campeonato Brasileiro - Washington Alves - 13.out.21/Reuters

Porque em 38 jogos o Corinthians marcou apenas 50 gols; porque das 21 vitórias, dez foram por 1 a 0; e, finalmente, porque Carille exercitou ao máximo a arte de defender, responsável que era pelo sistema defensivo quando auxiliar de Tite, tanto que o alvinegro sofreu só 30 gols.

Em resumo, na média, ao fim do campeonato, o time marcou 1,31 gol por jogo e sofreu 0,78.

Se a rara leitora e o raro leitor forem corintianos hão de se lembrar como era sofrido, embora tenha chegado um momento em que a fiel torcedora e o fiel torcedor tinham certeza de que o time faria um gol e seguraria o resultado.

Bonito, convenhamos, não era, porque era o resultadismo elevado à potência máxima.

Ou seja, de pródigo, Carille não tinha nada quando morou na zona leste, antes de ir para o chamado mundo árabe, e lá enriquecer, e de ir viver na angustiada Vila Belmiro.

Neste domingo (21), Carille fará seu ex-clube provar do veneno que destilou em 2017, e não deu certo em 2019 ao voltar ao Parque São Jorge, porque para Santos o empate soará como triunfo na luta por ficar longe da zona do rebaixamento.

Carille reencontrará também Sylvinho, com quem trabalhou na comissão técnica corintiana em 2013, ambos discípulos de Tite, outro adepto de arrumar primeiro atrás para pensar no ataque depois, embora em 2015 tenha montado um Corinthians capaz de encantar.

Coisa que Sylvinho está longe de alcançar, ao contrário, além de se acovardar fora de casa como fez na acachapante derrota para o Atlético Mineiro e na covarde derrota para os reservas do Flamengo.

Perder para duas equipes superiores até estava no programa, o inconcebível foi o jeito como se deram as derrotas.

A vitória contra o Santos porá o time no G4 e o favoritismo é óbvio, como aconteceu quando o Corinthians, em casa, enfrentou a última colocada Chapecoense, o decadente, porque exaurido, Fortaleza e o atrevido Cuiabá.

A Fiel não deve esperar nada de muito diferente e 1 a 0 será goleada, porque Carille virá com seus dois ônibus da praia para estacioná-los na frente das áreas de Itaquera.

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