A história do futebol já registrou premiações tão sem noção que passou da hora de a cartolagem ter aprendido. Mas não.
O que aconteceu na escolha dos melhores do Paulistinha nem sequer tem a primazia na desmoralização de um prêmio ao escolher Rogério Ceni como o melhor treinador do campeonato — e ele mesmo, por constrangimento, fez questão de não ir buscar o troféu que deveria ser entregue a Abel Ferreira.
É a velha história da pressa que queima a língua.
A mesma situação aconteceu na Copa do Mundo de 2002, quando o goleiro alemão Oliver Kahn acabou eleito como o melhor jogador do torneio, porque escolhido entre as semifinais e a final.
Na decisão a seleção brasileira ganhou por 2 a 0, ele falhou no primeiro dos gols de Ronaldo Fenômeno ao bater roupa em chute de Rivaldo e o prêmio, que deveria ser de quem causou o rebote ou, no mínimo, do autor de dois gols em decisão de Copa, permaneceu com o goleiro.
É verdade. Rivaldo foi o melhor jogador da Copa na Ásia, também segundo a opinião do técnico campeão, chamado de Felipão.
Agora aconteceu o mesmo. Depois da vitória tricolor no primeiro jogo por 3 a 1 a votação apressada deu o prêmio a quem levou de 4 a 0 do Palmeiras na partida de volta.
Em tempos de mundo digital, um mínimo de organização recolheria as indicações de 16 treinadores e 16 capitães tão logo o jogo terminasse e haveria mais que tempo para avisar os premiados.
A cena de entrega do prêmio a um cartola menor do São Paulo, porque até o presidente do clube achou melhor evitar o mal-estar, despertou a chamada vergonha alheia.
Consta que a comida estava crua na festa da Federação Paulista de Futebol.
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