Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Copa do Brasil 2021

Copa do Brasil terá sua maior decisão com Corinthians e Flamengo

Nunca antes na história do país o título do torneio foi disputado entre paulistanos e cariocas

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Paulistas e cariocas já decidiram por duas vezes a Copa do Brasil, em 2004 e 2005, quando, surpreendentemente, o Santo André e o Paulista de Jundiaí levaram a melhor sobre o Flamengo e o Fluminense, no Maracanã e em São Januário, respectivamente.

Paulistanos e cariocas, jamais.

Arrascaeta (esq.) e Róger Guedes em partida das quartas de final da Libertadores no estádio do Maracanã - Mauro Pimentel - 9.ago.22/AFP

Na próxima quarta-feira (12) veremos não só o começo de decisão inédita como entre os dois times mais populares do Brasil.

Certamente não envolve as duas melhores equipes do país, porque o Palmeiras está fora dela, mas se não é a melhor final, é a maior.

Com ambos em busca do tetracampeonato. Inteiros, desde que Cássio jogue como tudo indica que acontecerá, embora Bruno Henrique esteja fora e Maycon deva ser apenas opção no banco de reservas.

Corinthians e Flamengo repetem os embates das quartas de final da Libertadores acontecidas no começo de agosto passado, quando o favoritismo rubro-negro se confirmou sem nenhuma dificuldade, com vitórias nos dois jogos —2 a 0 em Itaquera, 1 a 0 no Maracanã.

Os cariocas continuam favoritos, nem tanto como dois meses atrás.

Fausto Vera, a dupla Yuri Alberto e Roger Guedes, além da recuperação de Renato Augusto, mudaram da água para o vinho a produção alvinegra, principalmente em casa.

Nada que signifique superioridade paulistana, porque, além de descansado, o quarteto carioca com Éverton Ribeiro, Dom Arrascaeta, Pedro e Gabigol é ainda superior, mais entrosado, com maior poder de decisão e mais acostumado a vencer.

Basta lembrar do primeiro jogo pelo torneio continental, quando havia equilíbrio no gramado, Maycon se machucou e Dom Arrascaeta achou um golaço desses de desmontar qualquer time.

O Flamengo é melhor, menos do que era, e para o Corinthians se dar bem terá de jogar com a humildade dos que sabem ser possível desde que não tentem jogar de igual para igual.

Uma comparação pertinente fez o nosso Walter Casagrande Júnior outro dia no Cartão Vermelho, do Canal UOL: a seleção italiana, na Copa da Espanha, em 1982, sabia ser inferior à brasileira e, com atuação impecável, ganhou por 3 a 2 na chamada, por nós, de a Tragédia do Sarriá.

O pior, para os corintianos, está em ser decisão com dois jogos.

João sem perdão

João Saldanha, o João Sem Medo, era genial, genioso, corajoso e mal-humorado, sanguíneo.

PVC reproduziu frase dele sobre a derrota no Sarriá, ao dizer que o aspecto positivo da eliminação estava em "acabar com o charlatanismo", crítica cruel, e injusta, a Telê Santana.

Até o fatídico dia 5 de julho de 1982, quando Paolo Rossi marcou três vezes e despachou Falcão, Cerezo, Zico e Sócrates para casa sem o tetra que parecia favas contadas, Saldanha tinha, de fato, críticas aqui e ali, estava muito preocupado com o preparo físico de alguns jogadores, mas estava bastante feliz com o desempenho da seleção e com a admiração que despertava na imprensa estrangeira, procurado pelos jornalistas do mundo inteiro como era constantemente.

A derrota o deixou possesso e, aí, soltou os cachorros, com exagero, proporcional à frustração e sua decepção.

Ninguém me contou, vi, porque com ele estive diariamente na Espanha.

João, como Telê, é dessas saudades imensas, permanentes.

Desnecessário dizer que politicamente Saldanha dava baile em Santana.

Futebolisticamente empatam na teoria e o mineiro ganha do gaúcho na prática.

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